Roubo no Louvre afeta turismo e expõe falhas de segurança - Foto: Reprodução / freepik
Após o assalto ao Museu do Louvre neste domingo (19), em Paris, o ministro francês da Justiça, Gérald Darmanin, declarou nesta segunda-feira (20) que as autoridades “falharam” ao não impedir o roubo. Segundo ele, o furto de oito joias da coroa — uma nona peça foi deixada para trás durante a fuga dos criminosos — transmite uma imagem muito “negativa” da França. Os ladrões continuam foragidos, e o museu permanecerá fechado nesta segunda-feira (20), conforme anunciou um porta-voz do estabelecimento.
“O que é certo é que falhamos”, já que os criminosos foram “capazes de colocar um elevador de carga” na via pública, “fazer pessoas subirem em poucos minutos para recuperar joias inestimáveis e dar uma imagem deplorável da França”, afirmou Darmanin à rádio France Inter. “Acho que todos têm um pouco a impressão de terem sido roubados”, afirmou.
A polícia francesa agora está em busca dos quatro criminosos que fugiram com oito “joias da coroa da França”. A ação está sendo chamada de “roubo do século” pela imprensa francesa e ocorreu em plena luz do dia. O valor das peças é inestimável.
Apesar da fila de visitantes que aguardavam para entrar no museu por volta das 9h (horário local), o estabelecimento anunciou, às 10h, que permaneceria fechado nesta segunda-feira. A reabertura está prevista para quarta-feira (22), já que o museu não funciona às terças.
Segundo ministro do Interior, Laurent Nuñez, o assalto reacende o debate sobre a segurança e a “vulnerabilidade” dos museus franceses. A operação durou sete minutos e foi realizada por ladrões experientes, que podem ser estrangeiros e eventualmente conhecidos por crimes semelhantes, disse Nuñez.
As investigações mobilizam cerca de 60 agentes da Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB) da Polícia Judiciária de Paris e do Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC).
Segundo o Ministério da Cultura, graças à intervenção de agentes do museu, “os criminosos fugiram, deixando para trás seus equipamentos”. Um dos suspeitos, visível nas imagens de segurança, usava um colete amarelo, que já está em poder da perícia.
De acordo com a procuradora de Paris, Laure Beccuau, as joias roubadas são difíceis — ou mesmo impossíveis — de serem revendidas em seu estado atual. Os autores podem ter agido “a mando de um colecionador” ou buscado “pedras preciosas para operações de lavagem de dinheiro”, acrescentou. Um dos principais objetivos da investigação é evitar a destruição das joias, cujo ouro pode ser rapidamente fundido.
Sete minutos cronometrados
O assalto ocorreu no domingo (19) por volta das 9h30. Após cortar uma janela com uma serra elétrica, dois ladrões invadiram a Galeria de Apolo, encomendada por Luís XIV para “exaltar” sua glória como Rei Sol. A sala abriga “a coleção real de gemas e os diamantes da Coroa”, com cerca de 800 peças.
Os criminosos então utilizaram a serra elétrica para abrir duas vitrines. A cena foi parcialmente filmada por um celular que pertence provavelmente a um visitante, segundo a polícia. Com os rostos cobertos, eles roubaram nove peças, todas do século XIX.
“Recuperaremos as obras e os autores serão levados à Justiça”, prometeu o presidente Emmanuel Macron no domingo à noite, na rede X.
A coroa da imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, foi abandonada na fuga pelos criminosos, e os danos estão sendo “analisados”, segundo o Ministério da Cultura.
Oito peças de valor patrimonial “inestimável” foram levadas segundo as autoridades. Entre elas, o diadema de Eugénie, com cerca de 2.000 diamantes, e o colar do conjunto de safiras de Maria Amélia, última rainha consorte da França, e de Hortênsia de Beauharnais, mãe de Napoleão III. O colar é composto por oito safiras do Sri Lanka e 631 diamantes, segundo o site do Louvre.
“Humilhação” nacional
Este é o primeiro roubo registrado no Louvre desde o furto de um quadro de Corot, em 1998, nunca recuperado.
Há um mês, ladrões invadiram à noite o Museu de História Natural de Paris e levaram 6 kg de pepitas de ouro. Em setembro, um museu em Limoges sofreu um roubo com prejuízo estimado em 6,5 milhões de euros.
Falhas na segurança
Um relatório do Tribunal de Contas, consultado pela rádio francesa France Info, revela falhas na segurança do Louvre. A versão completa do documento deve ser publicada no início de novembro e aponta atrasos na adequação das instalações técnicas do museu mais visitado do mundo.
No setor Denon, onde está a Galeria de Apolo (e também a Mona Lisa), um terço das salas não possui câmeras de vigilância. No setor Richelieu, três quartos das salas estão sem equipamentos de videovigilância.
Em cinco anos, apenas 138 câmeras adicionais foram instaladas no museu. Apenas um terço das salas possui ao menos uma câmera, de acordo com o relatório.
Apesar de um orçamento anual de funcionamento de € 323 milhões, “os valores investidos são pequenos diante das necessidades estimadas”, destaca o documento.
Pistas sob investigação
Segundo especialistas, revender as joias em seu estado atual é impossível. As peças estão registradas em inventários reais e imperiais, por isso uma das pistas é que o objetivo do roubo seja uma “encomenda” privada de um colecionador ou colecionadora de peças históricas, que as manterá em segredo.
Mas a hipótese mais provável continua sendo a revenda das joias depois de desmontadas. “Um diamante de lapidação antiga pode ser refeito em outra forma e revendido. Infelizmente, se forem recortados, não é possível determinar a origem, já que deixam de ser pedras com lapidação, facetas e inclusões reconhecíveis”, explica Magali Teisseire, especialista em joalheria da casa de leilões Sotheby’s.
“O ouro”, afirma o leiloeiro Olivier Valmier, “sempre foi altamente valorizado. Nesta semana, atingiu o recorde de € 120 mil por quilo. Ainda assim, seu valor é inferior ao das pedras preciosas individualmente.”
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