
A Galeria do Largo abriu, na noite de sexta-feira, (11/07), a exposição do Estúdio Buriti intitulada “Um Mergulho entre Mundos”. A exposição é uma experiência artística imersiva que convida o público a navegar entre universos físicos e espirituais por meio da arte contemporânea amazônica.
A exposição tem entrada gratuita e é uma realização do Estúdio Buriti com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC). A Galeria do Largo fica localizada na rua Costa Azevedo, 290, Largo de São Sebastião, Centro, zona sul de Manaus. A exposição está aberta para visitação de quarta a domingo, das 15h às 20h.
Com curadoria de Rafa Pimentel, a exposição apresenta obras de artistas parintinenses como Dayane Cruz Pimentel, Erleson Souza Ferreira, Juan Carvalho da Silva, Renan de Oliveira, Levi Gama e Diogo Trindade, além da participação da artista paraense Kamy Wará, indígena do povo Sateré-Mawé.
O estilista Erlesson Souza apresenta seu primeiro mural, “Abissal Profundo”. A obra retrata a ancestralidade negra na Amazônia, abordando a história da escravidão e o apagamento da presença negra na região, com foco nas pessoas que foram assassinadas e jogadas nos rios. O mural busca dar protagonismo a esses ancestrais, libertando suas almas e celebrando sua história.
Segundo ele, a experiência de fazer o mural foi única e conectou o artista com a arte de rua e sua identidade. “A expectativa é que o público, especialmente pessoas negras e afro-amazônicas, se identifique com a obra e veja nela um reflexo de sua história”, afirma Erlesson Souza.
Juan Carvalho, artista do Estúdio Buriti, expõe sua obra que se chama “Rio Andirá” e representa o rio como uma entidade feminina e divina que banha as redondezas da aldeia Ponta Alegre, Sateré-Mawé. A exposição é uma extensão do projeto Mitográfico, com murais já realizados em comunidades como Matupiri e Ponta Alegre.
“Pintar em grande escala foi um desafio, já que venho da arte digital, mas o processo foi prazeroso, especialmente por estar ao lado de colegas. Espero que a exposição alcance e conecte o público com as obras apresentadas”, destaca Juan.
O artista Diogo Trindade explica que sua arte está profundamente conectada à visão cósmica e à espiritualidade indígena. Ele destaca que suas obras abordam principalmente a relação com o rio e as entidades que nele habitam, refletindo o modo de vida ribeirinho e suas crenças.
