(Foto: Tolga Akmen/AFP)

Esfaqueado por um homem nesta sexta-feira (12), o escritor Salman Rushdie, 75, poderá perderá um olho. Durante o ataque, ele também teve os nervos de um braço cortados e foi atingido no fígado. O escritor respira com o auxílio de um aparelho.

As informações foram divulgadas pelo agente de Rushdie, Andrew Wylie.

Salman Rushdie foi esfaqueado no pescoço enquanto estava no palco em uma palestra no estado norte-americano de Nova York. Ele foi transportado de helicóptero até um hospital.

O suspeito de atacar o escritor foi identificado como Hadi Matar, um homem de 24 anos de Fairview, New Jersey, que comprou uma entrada para o evento em que Rushdie se apresentaria, disse a polícia.

Um homem correu para o palco da Chautauqua Institution e atacou Rushdie quando ele estava sendo apresentado para fazer uma palestra sobre liberdade artística.

Um policial que estava no evento levou o agressor sob custódia. “Um homem pulou para o palco não sei de onde e começou o que parecia ser uma pancada no peito, golpes repetidos no peito e no pescoço”, disse o policial Bradley Fisher, que estava na plateia.

Rushdie caiu no chão e foi então cercado por um pequeno grupo de pessoas que suspendeu suas pernas, aparentemente para enviar mais sangue para a parte superior de seu corpo, enquanto o agressor foi contido, de acordo com uma testemunha que compareceu à palestra.

Versos Satânicos

Rushdie, que nasceu em uma família muçulmana indiana, enfrentou ameaças de morte por seu quarto romance, Versos Satânicos, lançado em 1988. O romance foi banido em diversos países com grandes populações muçulmanas.

Em 1989, o aiatolá Ruhollah Khomeini, então líder supremo do Irã, pronunciou uma fatwa, ou édito religioso, pedindo aos muçulmanos que matassem o romancista por blasfêmia.

Rushdie se escondeu por muitos anos. O governo iraniano disse em 1998 que não apoiaria mais a fatwa, e Rushdie tem vivido de forma relativamente aberta nos últimos anos.

Organizações iranianas, no entanto, levantaram uma recompensa de milhões de dólares pelo assassinato de Rushdie. O sucessor de Khomeini, o aiatolá Ali Khamenei, disse em 2017 que a fatwa ainda era válida.