Agam Rinjani, indonésio que liderou equipe de voluntários para tentar salvar Juliana Marins nas encostas do vulcão, no monte Rinjani - Foto: Reprodução / Redes Sociais
Após uma série de críticas e cancelamento da vaquinha destinada ao voluntário indonésio que resgatou o corpo de Juliana Marins, a plataforma vai destinar todo o valor arrecadado para Agam Rinjani.
Plataforma agora vai destinar 100% do valor arrecadado ao voluntário. A informação foi publicada hoje pela página Razões para Acreditar, que organizou e mobilizou a vaquinha.
A empresa disse que já começou a preparar a transferência, comunicou. Em publicação, Vicente Carvalho, fundador da Razões para Acreditar e da Voaa, que recolheu as doações, disse que acompanhou as críticas e resolveu transferir o valor sem qualquer recolhimento de taxa.
Mais de R$ 500 mil foram recolhidos para o voluntário. Ontem, a página anunciou o cancelamento e a devolução do valor integral aos doadores após receberem críticas sobre a aplicação de uma taxa de 20% sobre o montante. Levando em consideração o dinheiro arrecadado, Razões para Acreditar e Voaa iam ficar com mais de R$ 100 mil.
Nos comentários, os seguidores e doadores desaprovam o cancelamento da vaquinha. “Preferem devolver o valor e não ajudar o Agam, do que abrir mão dos 20%. Isso prova que nunca foi pela caridade e sim pelo lucro”, comentou um. “Tremenda falta de respeito”, classificou outro.
“Atualização importante: vamos repassar 100% do valor arrecadado para o Agam, sem desconto de taxa. Se você preferir o reembolso, é só enviar um e-mail para [email protected] nas próximas 48h. Seguimos ouvindo, refletindo e agindo.” afirmou a Razões para Acreditar, em publicação
Taxa de operação gerou críticas
Inicialmente, a ação era realizada sem mediadores, com necessidade de transferência internacional. O indonésio tinha resistido a aceitar a ajuda financeira e pedido apenas orações, mas depois decidiu aceitá-las. Após isso, as doações ficaram concentradas exclusivamente na Voaa.
No comunicado, a plataforma reconheceu que a comunicação da taxa “poderia ser mais clara”. No entanto, ela também pontuou que a cobrança de 20% sobre as doações já estava exposta no site oficial, onde a campanha foi lançada.
A plataforma e a página também reforçaram a explicação inicial para a taxa. Segundo eles, o valor tirado das doações é revertido para além da manutenção do site e dos funcionários. “Diferente de outras soluções do mercado, assumimos integralmente a curadoria, verificação, produção de conteúdo, comunicação estratégica, gestão jurídica e financeira, além do acompanhamento completo até o desfecho de cada campanha”, diz o comunicado.