Hugo Calderano é campeão da Copa do Mundo de tênis de mesa - Foto: Cheong Kam Ka / Xinhua
Ver a bandeira do Brasil no lugar mais alto do pódio da Copa do Mundo de tênis de mesa entre outras três chinesas motivou ainda Hugo Calderano. O atleta marcou seu nome na história da modalidade e quer se consolidar como o principal algoz da China.
“Hoje sinto que ainda tenho muito o que alcançar no tênis de mesa. Esse título foi o maior marco da minha carreira. Mas logo depois desse título eu já estava com vontade de fazer isso de novo, brigar com os chineses no mundial mês que vem, nas próximas olimpíadas. Sempre acreditei que era possível, mas esse título me mostrou ainda mais isso.” disse Hugo Calderano
O título de Calderano causou um rebuliço entre os chineses que estavam acostumados com a supremacia na modalidade. A Associação Chinesa de Tênis de Mesa (CTTA) anunciou uma profunda reformulação no comando: o então presidente Liu Guoliang renunciou ao cargo, sendo substituído por Wang Liqin, eleito pelos membros da entidade.
“Não sei exatamente se foi por causa do meu resultado, mas foi interessante o que aconteceu. Liu Guoliang é o principal cara da delegação chinesa. Foi um grande jogador, o primeiro a conseguir grandes títulos importantes. Realmente é uma notícia muito grande ver que ele esta saindo, mas é muito bom ver as coisas mudando no cenário do tênis de mesa e, claro, com meu título e espero que isso abra mais espaço.” afirmou Hugo Calderano.
Na Copa do Mundo, Calderano derrubou o terceiro colocado, o vice-líder e o líder do ranking em sequência. Tomokazu Harimoto (JAP – 3°), Wang Chuqin (CHN – 2°) e Lin Shidong (CHN – 1°) foram as vítimas do brasileiro. Agora, ele se tornou o terceiro melhor mesa-tenista do mundo.
Qual o segredo?
Hugo Calderano está há bastante tempo entre os melhores jogadores de tênis de mesa do mundo, representando uma das únicas bandeiras diferentes no mar de chineses. Segundo o brasileiro, a solidez na concorrência com os asiáticos está ligada diretamente à resiliência e com a forma que ele lida com pressão, além dos treinamentos, é claro.
A força mental é muito importante para conseguir me manter tanto tempo entre os melhores. Realmente exige muito de um atleta estar com essa pressão. Toda a vez que entro na mesa, todos esperam que eu ganhe, é muito inesperada uma derrota. Sempre foi muito importante eu conseguir lidar bem com esse tipo de pressão externa.
“Sei da responsabilidade que eu tenho, quero estar entre os melhores, não baixar meu nível. Essa parte mental, de sempre tentar entender quando algo dá errado, fazer um trabalho para voltar mais forte, é o que me ajuda. Quando tenho fases ruins, tento sempre me reerguer, olhar fundo dentro dos problemas para encontrar uma solução. É difícil e muitos atletas não conseguem se aprofundar nisso. Quando eu tinha problemas, eu sempre sabia sofrer para buscar uma solução e resolver” disse Hugo Calderano.
Equilíbrio
Alcançar o topo na Copa do Mundo de tênis de mesa ampliou a ‘fome’ de Hugo Calderano na busca por mais títulos importantes ao longo dos próximos anos. O brasileiro, porém, quer equilibrar a rotina intensa na modalidade com atividades que o ajudem a melhorar ainda mais a qualidade de vida.
“Vou continuar participando do mesmo número de competições que participo. Mas acho importante fazer com que esses campeonatos não sejam tão duros. A ideia é passar mais tempo no Brasil entre competições, com pessoas que eu gosto, ou levá-los comigo. Nada muito radical, mas acho importante estar rodeado das pessoas que me fazem feliz.” disse Hugo Calderano
O que mais ele falou?
Os dias após o título. “Foram bem agitados. Quase não conseguia dormir, falando com muita gente e tentando aproveitar o máximo. Sei do tamanho do meu feito. Sei que uma competição dessa gradeza não é fácil, poucas vezes isso acontece, de os chineses perderem uma competição tão importante como a Copa do Mundo”.
Volta por cima após Paris. “Precisei me reconstruir e aceitar o que aconteceu. Sabia que esse período iria ser passageiro e que tinha que continuar fazendo meu trabalho. Sempre fui muito resiliente, não tenho medo de sofrer, de lidar com a dor da derrota. É uma coisa muito importante. Quando você se entrega e da tudo de si é uma forma de ter coragem, porque tem que aceitar o resultado que aconteça no fim”.
Futuro após deixar clube Alemão. “Ainda não tenho nada confirmado. Essa decisão foi justamente pensando em tempo de estar mais tranquilo, ter um pouco mais de liberdade. Coloquei o objetivo pós-Olimpíadas de brigar por títulos com Ochsenhausen por toda a historia que a gente teve juntos. Ano que vem vai ser bom jogar menos por um clube ou até ficar sem clube. Quando tem competições na Ásia, o vai e vem para jogar nas ligas da Europa é desgastante”.
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