Logo após ter alta do hospital neste domingo (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou ao contar, ao lado da primeira-dama Janja, como aconteceu o acidente em que bateu a cabeça e quando se deu conta da gravidade da sua situação, que exigiu uma cirurgia de emergência.
“Como eu achava que eu tava curado, eu confesso a vocês que eu fiquei um pouco assustado pelo volume de crescimento da quantidade de líquido na minha cabeça. Eu fiquei preocupado com a urgência que eles pediram para vir para cá [hospital]”, disse Lula.
O petista, que tem 79 anos, estava internado desde terça (3) no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, onde passou por uma cirurgia às pressas para drenar um hematoma na cabeça – ainda em decorrência da queda que sofreu no banheiro de casa em outubro.
A equipe médica tinha acabado de dar uma entrevista à imprensa informando sobre a alta dele quando o próprio presidente apareceu no auditório, usando um chapéu na cabeça, e deu uma declaração aos jornalistas.
A queda no banheiro e os dias antes da emergência
Lula disse que, no momento da queda no banheiro, ele estava cortando a unha da mão e não a do pé, como chegou a circular nas redes sociais.
“Eu estava sentado. Eu já tinha cortado a unha, lixado. Quando eu fui guardar o estojo, ao invés de levantar e abrir a gaveta, eu tentei afastar o meu bumbum do banco. O banco era redondo e acabou que meu bumbum não levantou e eu caí e bati com a minha cabeça na hidromassagem e fez um estrago razoável”, contou.
Ao relembrar os dias anteriores à cirurgia de emergência nesta semana, Lula disse que passou bem o sábado e começou a sentir no domingo uma leve dor de cabeça. No entanto, achava que era em razão do sol que tinha pegado ao tomar banho de piscina no fim de semana. Na segunda (9) ele acordou com alguns sintomas e decidiu acionar a chefe da equipe médica da Presidência da República.
“Eu acordei sentindo algumas coisas estranhas, algumas coisas estranhas nos meus passos, a dor de cabeça continuou e eu ainda continuei achando que era por causa do sol. Quando foi no final da tarde, eu mandei chamar a Dra Ana [Helena Germoglio, chefe da equipe médica da Presidência da República] no meu gabinete e disse para ela que eu estava sentindo algumas coisas estranhas. Eu estava sentindo meus passos mais lerdos, eu estava com os olhos vermelhos. Eu estava com muito sono, toda hora eu abria a boca. E eu falei para ela: acho que é bom a gente ir ao médico”, contou.
Naquele dia, o presidente fez uma tomografia ainda em Brasília e, quando os médicos dele em São Paulo viram as imagens em tempo real, que mostravam uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros, ficam alarmados. “Eles ficaram assustados e pediram para eu vir urgente para São Paulo”.
Cirurgia de emergência
O presidente foi internado às pressas no fim da noite de segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
Lula reconheceu que só foi ter ideia da gravidade da sua situação após a operação. “Só fui tomar ciência da gravidade do que aconteceu comigo depois da cirurgia na terça-feira”, disse.
Ele relatou que achava que “estava totalmente curado e podia fazer tudo” após a queda. “Voltei a fazer esteira, voltei a fazer musculação e eu não estava totalmente preparado para fazer o exercício”.
Na última quinta-feira (12), Lula passou ainda por um procedimento como parte do protocolo pós cirúrgico. A medida foi em caráter preventivo a fim de evitar um novo sangramento. Na sexta, ele deixou os cuidados de UTI e postou em uma rede social um vídeo caminhando pelo corredor do hospital.
O presidente garantiu que seguirá à risca as recomendações médicas de não poder fazer esforço físico por um tempo. “Eu não posso fazer esteira na velocidade de atleta porque não sou atleta”, brincou.
Lula deixou o hospital Sírio Libanês às 12h e disse que vai ficar em sua casa em São Paulo pelo menos até quinta-feira, quando passará por uma tomografia de controle para reavaliação.
O presidente ainda informou que não vai passar o Natal e Ano Novo na praia, como de costume. Disse que ficará em casa, mas não informou se será em Brasília ou São Paulo.
Com informações do g1-SP