O governo federal anunciou recentemente que o desmatamento na Amazônia neste ano recuou ao menor patamar desde 2014. Foram devastados 6.288 km² de vegetação nativa entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O sistema também apontou uma queda na devastação do Cerrado depois de cinco anos de aumentos sucessivos. A devastação no bioma foi de 8.174 km².
Em comparação ao ano passado, houve 30,6% de redução no desmatamento na Amazônia. Em 2023, ele chegou a 9.001 km², número que já havia sido 22,3% menor em comparação a 2022. Em relação ao Cerrado, a diminuição entre agosto do ano passado e julho deste ano foi de 25,7% em relação ao ciclo anterior.
— Apesar da queda em ambos os biomas, é importante frisar que as taxas de destruição estão altas e precisamos de uma política de desmatamento zero ainda este ano, já que ainda temos pontos que concentram um aumento das taxas em relação ao bioma como um todo — aponta Lucas Ferrante, pesquisador da USP e da Universidade Federal do Amazonas.
O desmate na Amazônia Legal vinha crescendo desde 2015 e chegou a 13 mil km², em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km².
— Se existe um tema tenso dentro e fora do país é desmatamento. Mas estamos colhendo os frutos da ação integrada com políticas estaduais e o setor privado — declarou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na divulgação dos dados do Prodes.
O desmatamento no Cerrado cresceu de 2022 a 2023. Foram retirados 11.002 km² de vegetação, um aumento de 3% na perda em relação aos dados do período anterior.
O Prodes registrou sua marca mais alta na Amazônia em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados. O melhor resultado já alcançado, de apenas 4,5 mil km² desmatados, ocorreu em 2012.
Pacto lançado
O governo lançou na quarta-feira o pacto para a prevenção e controle do desmatamento e de incêndios no Cerrado na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que de 2019 a 2022 concentrou 70% do desmatamento monitorado. O pacto, assinado entre o governo federal e os quatro estados, busca fortalecer a aplicação de sanções ao desmatamento ilegal em imóveis rurais da região, além de aprimorar as regras de transparência e compartilhamento de informações.
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