Cerca de 220 mil imóveis em São Paulo e na região metropolitana enfrentam nesta terça-feira (15) o quarto dia consecutivo sem fornecimento de energia elétrica — e muitos também sem água —, devido ao forte temporal que atingiu o estado na última sexta-feira (11). Os dados foram confirmados pela Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na tarde de hoje.
A capital paulista foi a mais atingida, com destaque para a zona sul, onde moradores realizaram protestos nas ruas, bloqueando vias e promovendo panelaços para exigir o restabelecimento da energia elétrica. Os bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo estão entre os mais afetados.
Além disso, outras cidades da Grande São Paulo, como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo, também enfrentam a falta de luz. O desabastecimento de água se agravou em várias áreas, com a Sabesp informando que os bairros Cidade Júlia e Parque do Lago, ambos na zona sul, estavam sem água na noite de segunda-feira (14). Regiões como Vista Alegre, em Embu das Artes, e Casa Grande, em Diadema, também estão sem abastecimento.
A Enel, sob pressão até mesmo do governo federal, prometeu que a situação será normalizada até a próxima quinta-feira (17). Essa determinação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. “Disse à Enel que tem três dias para resolver os problemas mais críticos e, após esse prazo, poderá apresentar apenas questões específicas onde não conseguir acesso”, declarou Silveira na manhã de segunda-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou que a Controladoria-Geral da União (CGU) audite o processo de fiscalização da Aneel em relação ao apagão. O ministro Vinicius Carvalho ressaltou que houve falhas nos serviços da Enel e que buscará ressarcimento pelos danos à população.
O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, indicou que o governo está considerando entrar com uma ação por dano moral coletivo contra a Enel devido à falta de respostas da empresa sobre os efeitos do temporal. Para lidar com a situação, a Enel recebeu apoio de eletricistas de outras concessionárias e também recrutou funcionários de suas unidades no Chile, Itália, Espanha e Argentina. A força-tarefa inclui a CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.
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