Onda de calor com altas temperaturas afeta o aprendizado das crianças (Foto: Unsplash)

Mais de um terço das escolas nas capitais brasileiras não possuem áreas verdes em seus terrenos, e essa ausência é ainda maior na educação infantil, diz estudo. Manaus está no topo da lista.

Um estudo do MapBiomas, com base em perguntas do Instituto Alana, revela o que muitos alunos e professores do estado sentem: quase metade (47,6%) das escolas de Porto Alegre estão em áreas de calor intenso. Isso significa que a temperatura nesses locais supera a média da cidade em pelo menos 3,57ºC. Em Manaus, a situação é ainda pior, com 77,7% das escolas enfrentando esse problema.

O relatório também aponta que mais de um terço das escolas nas capitais brasileiras não possuem áreas verdes em seus terrenos, e essa ausência é ainda maior na educação infantil. Além disso, a falta de vegetação nas escolas está diretamente relacionada a desigualdades sociais e raciais, afetando mais intensamente alunos de comunidades vulneráveis. Entre os impactos, destacam-se o aumento do estresse térmico, dificuldades de aprendizagem e maior exposição a riscos climáticos.

Impactos do calor na aprendizagem

As ondas de calor ocorrem com mais frequência no Brasil, e as crianças sentem esse impacto de forma mais intensa. O calor pode prejudicar a concentração, o sono e até a saúde mental. Em dias muito quentes, a atenção na sala de aula diminui e, muitas vezes, as atividades precisam de adaptações. No recreio, as crianças procuram sombra em vez de correr e brincar, o que evidencia a necessidade de adaptação do ambiente escolar a essa nova realidade.

Uma das soluções mais eficazes é investir em áreas verdes dentro e ao redor das escolas. “Soluções baseadas na natureza são nossas aliadas”, diz Maria Isabel Amando de Barros, especialista em infâncias e natureza do Instituto Alana. “Plantar árvores e criar miniflorestas pode ajudar a reduzir a temperatura e melhorar o ambiente escolar.” O relatório sugere ainda a integração das escolas a praças e parques próximos, o que amplia o acesso das crianças a espaços de convivência e aprendizado ao ar livre. Além disso, recomenda medidas como a remoção de concreto em áreas abertas, a criação de hortas escolares e a adaptação da infraestrutura para maior conforto térmico.

Com informações de Um Só Planeta