Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Os movimentos indígenas dificilmente conseguirão reagir à altura diante do avanço das pautas antiambientalistas no Congresso Nacional, afirmou Ailton Krenak, escritor e líder indígena.

Ontem, a Câmara aprovou o projeto que cria novas regras para o licenciamento ambiental, em uma vitória dos parlamentares apoiados pelo agronegócio sobre a esquerda.

“Não podemos ficar com essa ficção social de que o movimento indígena e que as comunidades tradicionais vão reagir. Eles estão sendo encantonados e assassinados dentro das suas aldeias. Os pataxós estão sendo fuzilados e o governador da Bahia [Jerônimo Rodrigues] não faz nada. As milícias e polícias se confundem”

“É importante termos consciência disso. Se não, pensamos que estamos vivendo em um país que se organizou. Nós estamos no século 19. Machado de Assis já dizia: ‘ao vencedor, as batatas’. É isso o que esse [Hugo] Motta [presidente da Câmara] está querendo: as batatas. Somos um país agrícola e que não é moderno.” afirmou Ailton Krenak, escritor e líder indígena.

Krenak criticou a aprovação das novas regras de licenciamento ambiental e espera que Lula vete a proposta.

“É um dia que poderíamos caracterizar como de luto na política ambiental do nosso país. Isso explicita que nosso Congresso está considerando que o vasto ambiente dos biomas brasileiros, inclusive rios e florestas, não valem nada.”

“Estão rifando o futuro deles e de qualquer outra geração que venha depois. Mostra que são piores do que um jardim de infância. Estamos muito mal representados em Brasília, mas é a fotografia 3×4 do Brasil.”

“Se o presidente vetar, estará no caminho certo. Ele tem que confrontar esse latifúndio e essas bancadas de criminosos que estão no Congresso. Eles foram postos lá pelas mineradoras e pelo agronegócio. Se o presidente sabe disso, deveria vetar e encarar essa gente.” disse Ailton Krenak, escritor e líder indígena.

*Com informações de Uol