Pesquisa da instituição revelou que 90% dos estudantes de uma unidade da rede pública de ensino do município já haviam experimentado ou fazem uso do dispositivo - Foto: Freepik
Preocupados com o avanço do uso de cigarro eletrônico entre adolescentes, acadêmicos do 4º período de Medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru, orientados pelo professor e enfermeiro Davi Fontes, realizaram uma pesquisa de campo no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Prefeito Washington Luís Régis da Silva. A pesquisa revelou um dado preocupante: 90% dos alunos entrevistados já haviam experimentado ou fazem uso do dispositivo.
A partir desse diagnóstico, a equipe promoveu uma ação educativa que envolveu mais de 200 estudantes da escola, com o objetivo de conscientizar jovens de 12 a 18 anos sobre os riscos do tabagismo e, especialmente, do cigarro eletrônico, que hoje representa uma ameaça silenciosa à saúde pública juvenil. Os resultados e os impactos do projeto foram apresentados à comunidade acadêmica da Afya Manacapuru, visando estimular novas iniciativas de extensão, pesquisa e educação comunitária.
“Queremos que os alunos entendam que o conhecimento que eles adquirem na faculdade deve ser compartilhado, levado para fora dos muros acadêmicos, para gerar transformação na sociedade. Só assim conseguimos cumprir, de fato, nosso papel como profissionais de saúde e educadores”, destaca Davi Fontes.
O projeto, que compõe a disciplina Práticas Interdisciplinares de Extensão, Pesquisa e Ensino (PIEPE), foi dividido em três etapas, que consistiram em apresentação teórica com slides, demonstração anatômica utilizando modelos de pulmões e uma imersão tecnológica com óculos de realidade virtual, que simulou os efeitos do cigarro no organismo humano.
“Percebemos que muitos adolescentes, por acharem que o cigarro eletrônico tem cheiro agradável e sabor atrativo, acreditam que ele não faz mal à saúde. Pelo contrário, estudos mostram que ele é ainda mais viciante que o cigarro tradicional e pode causar doenças gravíssimas, como a Evali, que provoca desde insuficiência respiratória até fibrose pulmonar, deixando sequelas irreversíveis”, alerta o professor.
Durante as apresentações aos alunos da escola, foram discutidos tópicos como a composição química dos dispositivos, que inclui nicotina, metais pesados, formaldeído e outras substâncias tóxicas, além dos riscos cardiovasculares e pulmonares. Também foi abordada a interação dos vapes com outras drogas, como o cigarro convencional e a maconha, além de desmistificar a falsa ideia de que o vapor do cigarro eletrônico seria apenas vapor de água.
Para a diretora geral da Afya Manacapuru, Karen Ribeiro, projetos como esse reafirmam o compromisso social da instituição com a comunidade local. “Formar médicos e profissionais da saúde vai muito além da sala de aula. Queremos que nossos alunos estejam conectados às demandas reais da sociedade e que sejam agentes de transformação, promovendo saúde e bem-estar. Este projeto é um exemplo claro de como a educação pode impactar positivamente a vida das pessoas, especialmente dos nossos jovens”, pontua.
Números impressionam
O cenário nacional também preocupa. Dados da Organização Mundial da Saúde (2023) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2024) apontam um crescimento significativo no uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. Uma pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que um em cada nove adolescentes brasileiros utilizam cigarro eletrônico. O número é cinco vezes maior que o de jovens que fazem uso do cigarro convencional.
A sede da Afya Manacapuru conta com estrutura de alto nível, com salas de aula equipadas para aprendizado por meio de metodologias ativas, centro de simulação em saúde, consultórios, laboratórios de anatomia, laboratórios multidisciplinares, de técnicas cirúrgicas e outros, além de oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento do conhecimento e de habilidades práticas.
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