
“Coçando as axilas”. Foi assim que o advogado de um dos torcedores punidos pelo Valencia, por insultos racistas contra Vinicius Junior, tentou defender o cliente. O atacante brasileiro do Real Madrid foi alvo de gritos de “macacos” e gestos imitando o animal, em partida do Campeonato Espanhol, no Mestalla, em maio.
– Acusam o meu cliente de delito de ódio por coçar as axilas. Estou indignado com o Valencia porque estragaram a vida de um garoto de 18 anos. Meu cliente tem uma doença degenerativa e vai ao estádio curtir. A situação é muito grave porque o proibiram de entrar para sempre – disse o advogado em entrevista à rádio “Valencia Capital Radio”.
Vinicius Junior foi vítima de mais uma manifestação racista na disputa de uma partida do Campeonato Espanhol, diante do Valencia, no Estádio Mestalla, no dia 21 de maio – em caso que repercutiu em todo o mundo e transformou os episódios de racismo contra o brasileiro em tema de governo. Vinicius acusou parte dos torcedores anfitriões de chamá-lo de “macaco” aos 24 minutos do segundo tempo, quando o time da casa vencia o Real Madrid por 1 a 0.
Após permanecer parado por alguns minutos, depois da denúncia de Vinicius, o jogo foi retomado pelo árbitro Ricardo de Burgos. Na reta final do confronto, o atacante brasileiro acabou expulso depois de uma discussão com o goleiro Mamardashvili – que virou uma confusão generalizada, na qual Vini chegou a levar um mata-leão de Hugo Duro, e reagiu com o braço direito, que atingiu o atleta do Valencia.
Vinicius deixou o campo aplaudindo a decisão da arbitragem ironicamente, e, ao fim da partida, usou as redes sociais para se manifestar, indicando que a expulsão foi “um prêmio por sofrer racismo”. E, mais uma vez, criticou a direção de LaLiga, afirmando que a entidade “acha normal os casos”, usando o slogan da competição “Não é futebol, é LaLiga”. Vini afirmou que “vai até o fim contra os racistas”, deixando em aberto a chance de deixar o futebol espanhol.
