Garantir formação empreendedora, capacitações, parcerias e apoio financeiro para desenvolver negócios sustentáveis na Amazônia. Essas são as estratégias de empreendedorismo executadas pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em Manaus e em Unidades de Conservação (UCs) no interior do Amazonas.
“As ações giram em torno da inovação e geram oportunidades reais para que os atores das cadeias produtivas da Amazônia tenham possibilidade de criar e desenvolver seus próprios negócios, com o apoio e investimento de parceiros estratégicos”, afirma o gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Pensa), que é um dos programas da FAS, Wildney Mourão.
Para que isso se torne possível, o projeto oferece suporte para os novos empreendedores amazônicos por meio de formação e capacitação gratuitas, abordando os temas como educação financeira, gestão de negócios, mercado e comercialização, inovação, tecnologia, entre outros.
Após promover a organização produtiva das cadeias estratégicas locais, a FAS ainda facilita o acesso dos empreendedores à educação financeira, microcrédito e investimentos de impacto, garantindo que eles tenham controle sobre a gestão financeira de seus próprios negócios.
“Atualmente, o programa assessora 24 empreendimentos da cadeia do turismo, 16 comércios ribeirinhos, 15 empreendimentos com internet e energia solar, um e-commerce social (jirau da Amazônia), 12 grupos de artesanato, além de seis projetos em nossa incubadora de negócios sustentáveis”, destaca Wildney.
Segundo ele, as iniciativas, que também são realizadas com o apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema/AM), estão distribuídas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, na Floresta Estadual de Maués e nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, Amanã, Uacari, Rio Negro, Puranga Conquista, Uatumã e Rio Madeira, além da capital Manaus.
Destaques de 2021
Com o retorno das atividades turísticas nas UCs do Amazonas e após a queda de casos da Covid-19, em 2021, os empreendedores obtiveram maiores rendimentos em comparação com o primeiro ano de pandemia.
No ano passado, mais de 680 turistas passaram pelos empreendimentos de turismo sustentável atendidos pela FAS na Reserva de Desenvolvimento Sustentávels (RDS) do Rio Negro, gerando um faturamento bruto de mais de R$ 906 mil. Já o turismo de pesca esportiva sustentável da RDS do Uatumã alcançou um faturamento de mais de R$ 2,6 milhões brutos com a visita de aproximadamente 630 turistas.
Na cadeia do artesanato apoiada pela FAS, os grupos de artesãos faturaram 196% a mais do que em 2020, saindo de R$ 159 mil para mais de R$ 473 mil de faturamento em 2021. Os ganhos representam aproximadamente R$ 3.640 de renda média para cada família que faz parte da cadeia.
Um projeto do programa que expandiu as vendas de artesanatos pelo país é o Jirau da Amazônia, parceria estabelecida com a loja Americanas. Só em 2021, a loja online vendeu mais de mil produtos para mais de 500 clientes em todo o Brasil, concentrados principalmente nas regiões Sudeste e Sul.
Outra iniciativa é o apoio às famílias ribeirinhas que enfrentam dificuldades diante da pandemia, com a Taberna do Bem que beneficiou mais de 50 famílias com um microcrédito emergencial de R$ 20 mil para investimento em 16 comércios comunitários. Os empreendedores contemplados recebem orientação financeira e o microcrédito continua operando de maneira rotativa. No setor de turismo, a iniciativa de microcrédito ainda garantiu um empréstimo de R$ 40 mil para três empreendimentos.
O programa de empreendedorismo da FAS tem mudado a realidade de várias comunidades na Amazônia, incentivando e abrindo horizontes, como conta Adilson Guerreiro, que gerencia uma pousada de base comunitária localizada na comunidade Maracana, situada na Comunidade na RDS do Uatumã. “O programa trouxe muitas oportunidades para os moradores da RDS. No meu caso, com o apoio da FAS, criamos uma pousada, que estou gerenciando. Essa parceria nos auxiliou nos pontos principais para o negócio, como a capacitação. Isso tem gerado um impacto muito positivo para os moradores, que hoje passam a enxergar uma grande oportunidade no turismo de base comunitária”, afirma.
A professora e artesã, Izolena Garrido, da comunidade do Tumbira, na RDS do Rio Negro, vê os impactos positivos do programa da FAS em realizações pessoais. “É uma alegria e satisfação muito grandes participar dessa rede de pessoas que trouxe relevância para os produtos amazônicos, principalmente por meio do ‘Jirau da Amazônia’, loja virtual da Americanas que vende nossos produtos para todas as partes do Brasil. Fazer parte da plataforma me mostrou que eu posso muito mais, incentivando meu sonho de poder ensinar as pessoas e trabalhar o empoderamento feminino, além de ser um complemento para minha renda”, conta.
*Com assessoria