A avaliação da campanha petista é que Bolsonaro “não perdeu” com sua participação no JN e que isso teria sido positivo para o presidente
“Pronto para a final de campeonato”. É assim que aliados de Lula classificam seu estado de espírito para a entrevista que ele concede nesta noite ao Jornal Nacional. O momento é descrito por coordenadores da campanha como o “espaço” mais importante que o petista terá na corrida eleitoral, devido ao alcance que o programa tem entre o eleitorado.
Para aproveitar essa visibilidade, a estratégia é focar na economia e seguir um tom pacificador, mostrando que não tem mágoas nem quer qualquer tipo de vingança. Integrantes do partido que participam da preparação de Lula para o JN afirmaram que o ex-presidente vai insistir na agenda negativa do governo Bolsonaro, como aumento da fome, desemprego e inflação. A ideia de Lula é se colocar como a opção capaz de reverter esse cenário e “recuperar” o Brasil.
Questionados se o petista pretende usar o JN para fazer algum aceno aos evangélicos, onde tem encontrado dificuldade de crescer, integrantes da campanha falaram que o plano é “não fazer recortes”, a menos que seja provocado.
Apesar de buscar um tom de pacificação, Lula também se preparou para rebater temas controversos, inclusive aqueles envolvendo as acusações que pesaram sobre ele na operação Lava-Jato. O treinamento sobre esse assunto ficou a cargo dos advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.
Já os demais temas foram trabalhados com o petista pelo coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, além de membros da coordenação política da campanha, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Os responsáveis pela área de comunicação também tiveram participação ativa nesse processo, como o marqueteiro Sidonio Palmeira, Franklin Martins, Edinho Silve, Rui Falcão, Ricardo Amaral e José Chrispiniano.
A avaliação da campanha petista é que Bolsonaro “não perdeu” com sua participação no JN e que isso teria sido positivo para o presidente. Hoje o foco da equipe é que Lula cresça para ter chances de vencer no primeiro turno. As pesquisas internas do partido, no entanto, têm mostrado estabilidade nas intenções de voto do petista.
Com informações de O Globo