Bitcoin - Foto: Getty Images

A plataforma MB (Mercado Bitcoin) — maior da América Latina para a negociação de criptoativos — diz que o número de investidores com até 24 anos de idade é o que mais cresce nesse mercado, com alta de 56% entre 2024 e 2025.

Grupo etário é o terceiro com mais investidores em ativos digitais da plataforma — são 19,03% do total. Os dois que mais investem são de 35 a 44 anos, com 29,59%, e 25 a 34 anos, com 25,87%. A partir dos 45 anos, a presença de investidores é menor: os que têm entre 45 e 54 anos são 16,83% do total; 55 a 64 anos são 6,24%; maiores de 65 anos são apenas 2,44%.

Novos investidores têm maior tendência a escolher ativos menos voláteis, como stablecoins e renda fixa digital, diz levantamento. Stablecoins, como USDT, USDC e PAXG, são criptoativos projetados para terem valores mais estáveis, geralmente atrelados a moedas tradicionais, como dólar, ou commodities, como ouro. No MB, foram a categoria que mais cresceu neste ano, com alta de 310%. Ativos tokenizados, como a renda fixa digital, tiveram alta de 108% em relação a 2024, puxados por rendimentos médios de 132% ao ano, muitas vezes com isenção de imposto de renda… – Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/12/20/investidores-de-ate-24-anos-lideram-entrada-em-criptoativos-diz-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola

“As stablecoins acompanham as moedas, só que as moedas são voláteis. A stablecoin herda a volatilidade do ativo que ela está lastreada.” afirmou Carlos Castro, planejador financeiro da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

Aporte médio anual é de R$ 5.700. Do total de investidores, mais de 60% têm renda mensal de até R$ 3.636.

Bitcoin é a criptomoeda mais negociada do ano; número de investidores cresceu 14% no MB em relação a 2024. A plataforma afirma que ele é seguido pelo USDT, Ethereum e Solana. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, nessa ordem, são os estados de maior investimento em ativos digitais da empresa.

Plataforma de investimentos acredita que o recente anúncio de regulamentação de criptos pelo Banco Central foi um dos fatores que levou ao aumento do interesse de brasileiros por essa categoria. Transações com Stablecoins já ultrapassam as com cartões Visa e Mastercard juntas.

Pedro Avellar, de 23 anos, começou a investir em criptoativos há um ano por influência das redes sociais. Ele já tinha experiência com títulos e ações tradicionais. Ao consumir vídeos sobre investimentos, ficou em choque com a valorização do bitcoin à época. Isso o levou a estudar e investir no mercado digital, onde vê possibilidade de maior rentabilidade. Atualmente, tem uma carteira diversificada e acredita que é isso que lhe garante maior segurança sobre o patrimônio.

Jovem diz que o investidor precisa “controlar a ansiedade” quando há desvalorização do bitcoin, pois avalia essa cripto como um investimento lucrativo no longo prazo. Ele realiza aportes mensais no bitcoin para equilibrar o preço de compra. Pedro diz que o mercado digital é mais seguro para quem já domina investimentos tradicionais, pois há uma lógica parecida em muitos aspectos. Ele recomenda cautela, pesquisa do histórico de confiabilidade de cada ativo e não indica iniciar pelo bitcoin, devido à alta volatilidade, que exige mais experiência para domínio. Pedro evita adquirir ativos novos com promessas exorbitantes.

“Eu acho que a idade ajudou a ser mais mente aberta e abraçar esse novo universo [de ativos digitais]. [..] Minha mãe é a típica pessoa que investe na poupança. Ela nem sequer investe em um CDB.” afirmou Pedro Avellar, analista de Administração e investidor financeiro.

“Criptoativo deve ser algo de no máximo 5% dos seus investimentos”, diz Carlos Castro, da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro). Esse limite serve para proteger o patrimônio em casos de queda das criptomoedas. A diversificação da carteira reduz impactos de ciclos econômicos, que são influenciados por fatores externos, como a política do país. O planejador financeiro vê vantagens nesse mercado, mas indica optar por títulos regulamentados.

*Com informações de Uol