O presidente Lula (PT) afirmou a ministros que, se a União Europeia não quiser assinar o acordo com o Mercosul no próximo sábado (20), não fechará mais enquanto ele estiver no cargo.
Lula tinha a expectativa de finalizar as tratativas pelo acordo na próxima cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR), mas países europeus têm resistido. “Eu agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar. Está difícil, porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos”, afirmou, em reunião ministerial nesta tarde.
“Eu já avisei para eles: se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, declarou. “Faz 26 anos que a gente espera esse acordo. O acordo é mais favorável para eles do que para nós. O [presidente francês, Emmanuel] Macron não quer fazer por causa dos agricultores deles, a Itália não quer fazer não sei por causa do quê. O dado concreto é que nós, do Brasil e do Mercosul, trabalhamos muito para aceitar esse acordo e passar uma ideia.”
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse que não deve assinar o acordo. Ao Parlamento italiano, ela afirmou que seria “prematuro” para a União Europeia pactuar e que não dará o seu aval na votação, que deve ocorrer amanhã ou na sexta (19).
Apesar da proximidade de Macron com Lula, a França também tem sido contra. Profissionais do setor agrícola têm pressionado o governo e exigido que o francês rejeite o acordo, mas ele diz considerar, por meio de mudanças. O francês chegou a dizer que o acordo impõe risco a setores do país.
As alegações frustram os planos do presidente. Lula é o maior entusiasta da assinatura entre os dois blocos e tinha como uma realização quase pessoal assinar o acordo no Brasil —por isso, inclusive, mudou a data e o local para Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira com Argentina e Paraguai, com a esperança de sair bem-sucedido.
O pacto pode trazer efeito positivo de R$ 37 bilhões até 2044. A União Europeia é o segundo principal parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de, aproximadamente, US$ 92 bilhões em 2023. Com isso, o efeito positivo pode alcançar até 0,34% do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos 20 anos, o equivalente a R$ 37 bilhões. Também aparecem entre as previsões a elevação de 0,76% nos investimentos (R$ 13,6 bilhões) e o aumento acima da inflação de 0,42% nos salários dos brasileiros.
“Eu vou para Foz do Iguaçu na expectativa de que eles [União Europeia] digam ‘sim’ e não digam ‘não’. Mas, também, se disserem ‘não’, nós vamos ser duros daqui para a frente com eles, porque nós cedemos a tudo o que era possível a diplomacia ceder.” afirmou Lula, em reunião ministerial.
Lula faz reunião com foco em eleições
Lula abriu a reunião por volta das 9h40, com avaliação sobre como serão as eleições de 2026. O presidente disse que o pleito será um “momento extremo” e cobrou o apoio dos ministros na defesa do governo. “Eu tenho impressão que o povo ainda não sabe [das conquistas do governo], tenho impressão que não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram”, reclamou.
Esta está sendo uma reunião de balanço dos três anos de governo com um pé no futuro. Na Granja do Torto, com a presença dos 38 ministros e uma confraternização na sequência, deverá durar até o início da tarde, pelo menos.
Lula usa as reuniões gerais para dar o tom de como os ministros devem tratar a gestão publicamente. Na última reunião, em agosto, trouxe o mote do “Brasil é dos brasileiros”, no auge da crise do tarifaço com os Estados Unidos, e cobrou os auxiliares do centrão que tomassem o lado do governo no debate público.
Ele também dá recados específicos. Mesmo que não cite nominalmente, é nestes encontros que dá exemplos do que tem gostado e do que não tem gostado nos últimos tempos, indicando, nem sempre de forma sutil, como espera que os outros ajam.
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