Por trás da vestimenta vermelha e da barba branca que encantam quem passa pelo Amazonas Shopping, existe um homem que aprendeu a gostar do Natal ainda na infância, em um lar onde fé, solidariedade e união eram valores cultivados diariamente. Hoje, ao dar vida ao bom velhinho, ele revive essas lembranças e tenta transmitir ao público o mesmo encantamento que marcou sua vida.
Sem revelar seu nome para preservar a magia do personagem, o Papai Noel dessa história é professor da área de tecnologia. Todos os anos ele separa um período especial para a missão que abraçou há mais de uma década: encarnar o espírito natalino vestindo-se de Papai Noel.
Há 13 anos, ele assume esse papel no Amazonas Shopping, em uma trajetória repleta de emoção, encontros inesquecíveis e a sensação de perpetuar uma tradição familiar. É nessa função que reencontra partes da própria história e transforma cada interação em um momento de afeto compartilhado.
Nascido e criado em Manaus, ele lembra que o fascínio pela data surgiu cedo, quando seus pais se empenhavam em criar experiências inesquecíveis para os filhos. “A magia do Natal foi construída pelos meus pais. Eles faziam tudo acontecer. Isso marcou a minha vida e é algo que levo comigo”, enfatiza. A tradição também se espalhou pela família: seu irmão também interpreta o personagem no Natal.
Para ele, a primeira oportunidade surgiu por acaso, ainda na faculdade, quando uma fotografia rendeu seu primeiro cachê e o levou ao universo natalino. Desde então, vestir o traje se tornou um ritual de reconexão com suas origens. “Viver o Noel é voltar no tempo e proporcionar alegria às famílias que vêm ao meu encontro”, afirma.
Na sua opinião, o papel continua essencial. Em uma época em que muitas crianças desconhecem a origem do bom velhinho, ele reforça a importância de manter viva essa tradição. “A tradição não pode morrer. O mais importante é o verdadeiro significado do Natal”, ressalta.
Ao assumir o personagem, não sente desafios, mas uma transformação completa. “Quando visto aquela roupa, eu me sinto o Papai Noel. É uma energia muito positiva”, explica. O sentimento se intensifica ao encontrar as famílias. “Nesses momentos, eu falo sobre o sentido da data, sobre fé, amor e união”.
Histórias que marcaram sua jornada como Papai Noel
Entre tantos encontros ao longo dos anos, alguns ficaram marcados para sempre. Um deles ocorreu quando dois irmãos se aproximaram para fazer seus pedidos. O mais velho queria um carrinho de brinquedo; o menor surpreendeu ao pedir que Papai Noel curasse seu olho cego. “Fiquei sem palavras. Fiz uma pequena reflexão com ele, disse que mesmo com um olho só ele poderia enxergar mais longe que muita gente. A vontade era ter uma varinha para transformar pedidos assim, em realidade”, lembra, emocionado.














