A Prefeitura de Manaus consolidou sua posição como uma das principais vozes da Amazônia urbana no debate climático global, nesta terça-feira, 11/11, durante o segundo dia da COP30. Em uma agenda marcada por encontros com organismos multilaterais e instituições ambientais, o prefeito David Almeida apresentou a proposta de criação de uma Bolsa de Carbono Verde, administrada pelos municípios amazônicos, para garantir que os recursos internacionais destinados à preservação florestal cheguem diretamente às cidades que mantêm a floresta em pé.
“As pessoas vivem no país e no Estado, mas moram nas cidades. É nos municípios que estão os desafios reais e onde a população sente os efeitos da preservação. Quem cuida da floresta precisa ser compensado”, destacou o prefeito, durante sua participação na conferência. Ele reforçou que a realização da COP na Amazônia representa um marco histórico que reposiciona os municípios no centro da transição climática.
A proposta de Manaus para uma Bolsa de Carbono Verde está em construção técnica com o Banco Mundial, que já validou em cinco missões oficiais o potencial do ativo ambiental da capital. Segundo estimativas, Manaus pode gerar até US$ 500 milhões em créditos de carbono até 2028, caso o mecanismo seja regulamentado e operacionalizado.
“Quem preserva precisa ser remunerado. As cidades amazônicas mantêm a floresta viva e precisam ter acesso direto aos recursos internacionais para fortalecer políticas públicas de qualidade de vida”, reforçou David Almeida.
O titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Fransuá Matos, destacou que a presença da capital na COP30 materializa esse novo protagonismo ambiental. “A participação de Manaus mostra esse protagonismo ambiental. A gestão do prefeito David Almeida avançou muito em diversos aspectos. Tivemos avanço acelerado no tratamento de esgoto; fomos recebidos na Aegea e apresentamos cases que nasceram em Manaus e que agora serão implantados em Belém e em outras cidades; temos o novo aterro sanitário, a arborização recorde, o Plano de Ação Climática e a Bolsa de Crédito de Carbono da Amazônia. Isso demonstra o quanto Manaus está avançando no quesito ambiental para promover melhor qualidade de vida para sua população”.
Projetos que credenciam Manaus à liderança climática urbana
Ecobarreiras: tecnologia desenvolvida pela Prefeitura de Manaus, as ecobarreiras impedem que 300 toneladas de resíduos por mês cheguem ao rio Negro. Em 26 meses de operação, já são quase 8 mil toneladas retidas.
Aterro sanitário e transição energética: o novo aterro sanitário municipal combina engenharia avançada, geração de energia solar e transformação do metano em biometano, que será utilizado para mover os caminhões coletores de lixo da cidade. A usina fotovoltaica prevista para o antigo aterro terá capacidade de 3 MW, suficiente para abastecer 30 mil residências.
Saneamento e infraestrutura ambiental: o avanço no tratamento de esgoto, reconhecido por instituições como a Aegea, coloca Manaus como modelo para outras cidades amazônicas.














