Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, durante reunião do balanço dos 100 dias de governo - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. A declaração foi dada durante a cerimônia oficial de abertura da pré-COP30, em Brasília, último encontro preparatório para o evento, a ser realizado no próximo mês em Belém. Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, listou o multilateralismo e a necessidade de conectar o regime climático à vida real das pessoas entre as prioridades a serem defendidas pela presidência brasileira da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).
Presidência brasileira da COP30 propõe objetivos centrais. No discurso de abertura, Alckmin —que exerce interinamente a presidência— afirmou que é preciso reforçar o multilateralismo e o regime de mudança do clima no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), tratado internacional que tem como objetivo principal estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera para evitar mudanças climáticas perigosas.
Conexão com o cotidiano das pessoas. Na fala, Alckmin destacou a necessidade de aproximar o debate sobre clima ao dia a dia das pessoas e de buscar estimular ações e ajustes estruturais em todas as instituições que possam contribuir para essas iniciativas.
Compromisso de redução de emissões. Alckmin apontou que a NDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas) do Brasil determina o compromisso de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa no país de 59% a 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005, o que equivale alcançar entre 850 e 1,05 bilhão de tonelada de CO2 equivalente.
“Trata-se de um plano ousado, mas realista, de corte de emissões, que prevê o crescimento econômico aliado à transição energética e à proteção das florestas, refletindo o compromisso com o desenvolvimento sustentável.” disse Geraldo Alckmin, presidente em exercício.
Desmatamento ilegal zero. Alckmin disse que grande parte das emissões de gases de efeito estufa no Brasil vem do desmatamento, mas ponderou que nos últimos dois anos e meio o país alcançou queda de quase 50% na destruição da Amazônia. “A meta é desmatamento ilegal zero, até 2030”, afirmou, destacando que a recomposição da floresta tem sido financiada com recursos que já estão sendo disponibilizados, principalmente através do Fundo do Clima.
Brasil quer seguir dando exemplo. Alckmin disse que o país deve seguir como uma das referências em políticas de apoio à transição energética, citando iniciativas recentes, como o Programa Mover, Mobilidade Verde, para estimular a produção de veículos com emissão reduzida de carbono, e a Lei do Combustível do Futuro, que estabelece metas obrigatórias de descarbonização para a aviação, começando em 1% de uso de SAF (Combustível de Aviação Sustentável) a partir de 2027 e crescendo progressivamente até 10% em 2037.
“O Brasil tem papel fundamental nas três grandes questões deste século: segurança alimentar, segurança energética e combate às mudanças climáticas.” afirmou Geraldo Alckmin, vice-presidente da República.