A proposta defende a criação de um Programa de Trabalho de cinco anos com a missão de implementar e monitorar a meta global de deter e reverter o desmatamento até 2030 - Foto: Filipe Jazz / TCE-AM
Há um mês da COP30, a Conferência do Clima da ONU que será realizada em Belém (PA), o Greenpeace Brasil apresenta um plano de ação para colocar as florestas no centro das negociações climáticas. A proposta defende a criação de um Programa de Trabalho de cinco anos no âmbito da Convenção do Clima das Nações Unidas (UNFCCC), com a missão de implementar e monitorar a meta global de deter e reverter o desmatamento até 2030.
O plano busca assegurar o papel dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais nas tratativas, garantir acesso direto a financiamento e redirecionar fluxos financeiros para ações de proteção e restauração florestal, priorizando benefícios sociais e climáticos.
A iniciativa também propõe melhorias nos mecanismos de transparência e monitoramento do desmatamento, além da criação de um legado político permanente de cooperação entre as agendas de clima e biodiversidade — reforçando o protagonismo do Brasil como liderança global na proteção das florestas e na resposta à crise climática.
“A organização considera esta uma oportunidade histórica para que o Brasil assuma protagonismo na agenda florestal global, reforçando seu compromisso com o clima, a preservação da biodiversidade e a justiça socioambiental”, afirma Anna Cárcamo, especialista em Política Climática do Greenpeace Brasil.
O projeto do Greenpeace contempla compromissos assumidos por diversas nações em fóruns nacionais e internacionais, com destaque para o parágrafo 33 do Balanço Global do Acordo de Paris, de 2023, que consolidou a meta de deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030. Apesar da decisão, ainda não há plano concreto de implementação que possa impulsionar, coordenar e monitorar os esforços globais nesse sentido, e essa é uma lacuna que precisa ser urgentemente preenchida na COP30.
“Se não agora, que estaremos no coração da maior floresta tropical do mundo e com a liderança política do Brasil, exemplo no combate ao desmatamento, quando mais seria possível dar às florestas sua devida centralidade nas negociações do clima?”, questiona a especialista em Política Internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim.
Criação de um Programa de Trabalho sobre Florestas
Atento ao afrouxamento da agenda, o Greenpeace Brasil reforça a urgência de que a COP30 crie formalmente um Programa de Trabalho sobre Florestas dentro da UNFCCC. A proposta pretende estabelecer um marco técnico e político que garanta a implementação da meta de zerar o desmatamento até 2030, promovendo maior coerência entre os instrumentos climáticos e assegurando a participação efetiva dos povos e comunidades que historicamente protegem os ecossistemas.
Estudos indicam que 1,6 bilhão de pessoas dependem diretamente das florestas e que restaurar ecossistemas pode garantir até um terço da mitigação necessária para cumprir o Acordo de Paris, além de grande potencial para medidas de adaptação climática. Ao mesmo tempo, o desmatamento crescente compromete a capacidade das florestas de regular o clima, especialmente na Amazônia.
Retrospecto
Durante a COP28, o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris evidenciou a urgência de ações concretas para deter e reverter o desmatamento. O documento reforçou a importância da conservação da natureza para limitar o aquecimento global a 1,5°C e destacou a necessidade de financiamento, capacitação e transferência de tecnologia. Essa meta, com prazo até 2030, é uma das mais próximas e representa uma contribuição estratégica do Brasil para o enfrentamento da crise climática.
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