Foto: Paola de Orte / Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou hoje que o “único remédio possível” é a anistia, após os Estados Unidos aplicarem a Lei Magnistky contra a esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, e a uma empresa da família do ministro do STF.

Para Eduardo, o anúncio do governo americano é um recado à “elite brasileira” sobre a necessidade de uma anistia. O deputado defendeu um perdão amplo dos crimes, que, segundo ele, deve começar de 2019, início do governo Jair Bolsonaro (PL). Assim, diz Eduardo, se evitaria qualquer “perseguição a opositores políticos”.

“Único remédio possível é uma anistia dos fatos, começando em 2019, para que não haja mais a possibilidade de se desengavetar qualquer desculpa para perseguir opositor politico.

“Somente dessa maneira é que a gente vai conseguir reduzir essa temperatura. Espero que a elite brasileira seja pressionada a fazê-lo, caso não tenha a consciência.” afirmou Eduardo Bolsonaro, em publicação no X (antigo Twitter).

Fala de Eduardo é recado à Câmara dos Deputados, que discute um projeto de anistia mais branda aos crimes do 8 de Janeiro. Relator do projeto na Casa, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) já adiantou que produzirá um texto sem a anistia “ampla, geral e irrestrita” pedida pelo bolsonarismo, mas que prevê apenas a redução da pena para envolvido nos atos golpistas.

Deputado ainda disse que novas sanções a autoridades brasileiras serão anunciadas hoje. “E várias outras autoridades também estão sendo sancionadas hoje, vocês vão ver ao longo do dia”, afirmou Eduardo, sem citar nomes de quem seria atingido.

Eduardo está nos EUA desde fevereiro, articulando sanções contra o Brasil e autoridades do país. O deputado e o seu pai, Jair Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de obstruir o julgamento da trama golpista, devido à atuação junto ao governo americano.

PGR (Procuradoria-Geral da República) deve denunciar Bolsonaro e Eduardo. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a denúncia deve ser apresentada ao STF nesta semana, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Magnistky para família de Moraes

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs as sanções à mulher do ministro do STF Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes. As medidas também se estendem ao instituto Lex, ligado à família. A lei já atinge o magistrado desde 30 de julho.

De acordo com fontes do governo norte-americano, esta é uma parte inicial de um pacote que pode incluir mais restrições ao Brasil e autoridades brasileiras. O Lex, Instituto de Estudos Jurídicos, tem sede em São Paulo. A empresa atua no setor de serviços, focada em treinamento e desenvolvimento profissional jurídico, segundo informações da própria organização.

*Com informações de Uol