O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a casa dele, onde cumpre prisão domiciliar desde agosto, para passar por um procedimento médico no no Hospital DF Star, em Brasília. A saída foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, e a previsão é de alta ainda hoje, por volta do meio-dia.
Ex-presidente chegou por volta das 8h (horário de Brasília) ao hospital, onde vai retirar lesões na pele. No pedido da defesa, os advogados anexaram laudo assinado pelo cirurgião Cláudio Birolini, que recomendou um procedimento dermatológico de retirada de “pequenas manchas marrons regulares” da pele de Bolsonaro. O material passará por biópsia para detectar se é benigno ou maligno.
Polícias Federal, Militar, Penal e Operações Especiais fazem escolta de Bolsonaro. Ele foi recebido na porta do hospital por cerca de 30 apoiadores vestindo verde e amarelo, em sua maioria mulheres, que leem passagens da Bíblia e pedem anistia ao ex-presidente.
Abatido, Bolsonaro não acenou. Ao descer do carro acompanhando do filho, o vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan, o ex-presidente apenas olhou seus apoiadores e sorriu discretamente.
Houve um princípio de tumulto antes da chegada de Bolsonaro ao DF Star. Uma mulher saiu do hospital e gritou: “27 anos”. As apoiadoras reagiram, mas logo foram contidas por policiais, que pediram silêncio em respeito aos demais pacientes.
Bolsonaro é monitorado diariamente por três policiais penais, dois deles fixos na porta de sua residência, além da equipe de seguranças pessoais da família. O esquema faz parte das medidas de vigilância impostas pela Justiça e ocorre em tempo integral.
Bolsonaro terá que apresentar atestado atestado médico em até 48 horas. Moraes determinou que a ida ao hospital fosse comunicada previamente à Polícia Federal e condicionou a autorização à apresentação de relatório. Ele também reforçou que veículos que entram e saem da casa de Bolsonaro, em Brasília, continuam sujeitos a revista.
É a segunda saída de Bolsonaro da prisão domiciliar e a primeira desde a condenação. O ex-presidente está preso na casa dele desde 4 de agosto. No dia 16 daquele mês, Bolsonaro saiu para passar por exames que diagnosticaram esofagite, gastrite e resíduos de infecções pulmonares.
Decisão de Moraes veio durante o julgamento da Primeira Turma do STF, que analisou denúncia contra Bolsonaro e mais sete aliados. Eles foram condenados por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e outros crimes. A pena anunciada ao ex-presidente foi de 27 anos e três meses, a ser cumprida inicialmente em regime fechado.
Carlos Bolsonaro diz que pai passa por humilhação
Nas redes sociais, o vereador do Rio disse que o tamanho da escolta a Bolsonaro humilha o ex-presidente. “Estou com meu pai e presencio a continuidade do maior circo armado da história do Brasil”, publicou ele no X. “Um comboio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade da bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a humilhação de um homem honesto.”
Segundo ele, os policiais seguem monitorando Bolsonaro de perto dentro do hospital. “Homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar. Fica claro: o objetivo é fragilizá-lo, expô-lo e ofendê-lo, em nome da tal “missão dada, missão cumprida” — até mesmo durante uma cirurgia”.
– Estou com meu pai e presencio a continuidade do maior circo armado da história do Brasil.
Um comboio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade da bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a…— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 14, 2025