Apesar de incomodarem, nem todas as espécies fazem mal à saúde, explica médico da Afya Manacapuru - Foto: Assessoria

Com a chegada do verão amazônico, o aumento das temperaturas e a menor incidência de chuvas criam um cenário favorável para a proliferação dos mosquitos. Mas será que todas as espécies representam risco à saúde humana?

Segundo o médico de Família e Comunidade e professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Manacapuru, Israel Reis, a resposta é não. “A maioria das espécies de mosquitos não tem relevância médica”, explica.

Apesar disso, algumas espécies são consideradas perigosas por serem vetores de doenças graves. O Anopheles, por exemplo, é responsável pela transmissão da malária, doença com alta incidência no estado, principalmente em áreas rurais.

Já os flebotomíneos, conhecidos como mosquito palha, transmitem a leishmaniose visceral e a cutânea, que causam feridas de difícil cicatrização e, geralmente, afetam quem vive no campo ou em áreas de floresta.

O Aedes aegypti é o mais conhecido, por ser vetor urbano da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Outras espécies também merecem atenção, como o Culex quinquefasciatus, transmissor da filariose (elefantíase), doença que provoca inchaço intenso e deformidades nos membros, e os mosquitos Haemagogus e Sabethes, vetores da febre amarela silvestre.

Durante o verão, quando os mosquitos se multiplicam mais rapidamente, a prevenção é a principal arma da população. O especialista recomenda evitar água parada em recipientes como pneus, vasos e garrafas, manter quintais e terrenos limpos, usar telas em portas e janelas e aplicar repelentes, principalmente em áreas próximas a lagos e igarapés.

No meio rural, também é importante proteger cães com coleiras repelentes, já que eles podem ser reservatórios da leishmaniose, e evitar o acúmulo de matéria orgânica no solo, que favorece a presença dos flebotomíneos.

Além disso, hábitos saudáveis ajudam a reforçar a imunidade. “Ter uma boa alimentação e uma vida ativa são fundamentais para uma boa saúde”, acrescenta o médico.

Mesmo com os cuidados, é essencial estar atento aos sintomas das doenças transmitidas por mosquitos. Segundo Reis, a febre é um sinal clássico na maioria dos casos, mas outros sintomas, como dor abdominal, vômitos e sangramentos, devem ser avaliados imediatamente por um profissional de saúde. “O tempo de diagnóstico é fundamental para um bom desfecho, lembrando que todas essas doenças podem levar a óbito se não tratadas devidamente”, alerta.