COP30 quer deixar legado também na área de tecnologia; Conferência do Clima de Belém será oportunidade para escalar soluções digitais e inovadoras - Foto: Assessoria

O Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Propriedade Intelectual do Ministério das Relações Exteriores, Eugênio Garcia, afirmou que a COP30, conhecida como a conferência da implementação, quer garantir esse espírito também na área de tecnologia. Segundo ele, a digitalização será um dos temas centrais da presidência brasileira da COP. “Esta será a COP do mutirão, em que todos colocam a mão na massa para apresentar soluções de impacto concreto, também, na área de tecnologia. Nossa meta é trazer soluções já existentes e escalá-las”, afirmou Garcia.

Garcia foi um dos painelistas no evento Amazon On, realizado em Manaus na última semana. O Diretor apresentou iniciativas que estão sendo desenvolvidas especialmente para a COP30. Entre os exemplos práticos, citou a Maloca, um multiverso digital que permitirá acompanhar as atividades da COP30 sem a necessidade de deslocamento até Belém; o Uirapuru, aplicativo desenvolvido no Brasil para que delegados dos países acompanhem agendas e eventos em tempo real; e o Macauzinho, chatbot especializado em mudanças climáticas que reunirá todos os documentos oficiais da conferência. Para ele, as soluções tecnológicas podem ajudar a COP 30 a superar desafios como a questão da falta de hospedagens a preços justos. “Vai ter COP, sim, e vai ser em Belém, não tem plano B”, afirmou.

O Diretor reforçou ainda que o Brasil tem condições de liderar a agenda que conecta transição energética e transição digital. “Quando falamos em descarbonização, também estamos falando em digitalização e energia limpa, de fontes sustentáveis”, disse.

O diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio), Fabro Steibel, defendeu o fortalecimento de uma agenda específica de tecnologia da COP 30, partindo da proposta brasileira de “mutirões” para conectar desafios e, principalmente, soluções em toda a região. Ele acredita que, apesar das polêmicas, a COP da Amazônia será um sucesso.

Steibel observou ainda que o Brasil estará à frente da COP até a conferência de Bonn, em 2026, o que dá ao país um ano para implementar sua agenda e demonstrar liderança. “Todas as COPs foram estranhas, Belém também vai ser. Mas é um estranhamento bom, onde você encontra muitas pessoas interessadas e descobre muitas coisas. E seis meses depois tem outra conferência, em Bonn, mais direcionada, em que teremos mais capacidade de contribuir”, destacou.

Além de Garcia e Steibel, o painel contou com a moderação de Alexandre Moraes, assessor da Anatel, e a participação de Larissa Jales, gerente de políticas públicas e assuntos regulatórios da GSMA América Latina, e Johannes Klingberg, diretor de projeto da Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ).

Evento na 2ª edição

A segunda edição do Amazon On 2025 reuniu mais de 700 participantes, entre pesquisadores, gestores públicos, representantes de organismos internacionais e empresas de tecnologia, no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus, dias 20 e 21 deste mês. Ao longo de dois dias, o encontro promoveu painéis, debates e oportunidades de parceria em torno da tecnologia e do desenvolvimento sustentável da região amazônica.

Idealizado pela MMoreira Consult, o evento conta com o apoio de instituições como a Anatel, Aneel, Rede Amazônica, Abinee, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Governo do Estado do Amazonas, Banco Mundial e BID, além do patrocínio de empresas como Prates Navegação e Logística, Manaós Telecom, MDC Conteiners Inteligentes, Ozônio, HMN Tech, Brisanet, Ecoa e Click Ip.