Renê teria chegado ao trabalho 30 minutos após matar gari - Foto: Reprodução

O empresário Renê da Silva Nogueira Junior confessou ontem, segundo a Polícia Civil, que matou o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte usando a arma da esposa, que é delegada da Polícia Civil e não saberia que ele estava com a pistola.

Confissão foi feita em novo interrogatório ontem, segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. Até então, mesmo tendo o carro gravado na cena do crime, Renê dizia que não tinha relação com o assassinato.

Ele também confessou que usou a arma da esposa, que é delegada, para cometer o crime. A mulher não sabia que ele estava com a arma, segundo Renê. Câmeras de segurança do prédio onde ele morava gravaram o homem manuseando a pistola calibre.380 pouco após o assassinato.

Segundo a Polícia Civil, Renê afirmou que teria atirado no gari durante uma “discussão de trânsito”.O caminhão de lixo estava obstruindo a passagem na rua por onde ele passava com o carro.

Defesa do empresário deixou o caso ontem.

Relembre o caso

Renê da Silva Nogueira Junior é suspeito de atirar no gari Laudemir de Souza Fernandes após discussão de trânsito. De acordo com a Polícia Militar, Laudemir estava em horário de trabalho quando Renê passou pela rua onde ele e outros garis faziam a coleta do lixo.

O empresário teria se incomodado com o espaço que o caminhão de lixo ocupava e exigiu que a motorista liberasse a via para que ele passasse com seu veículo. Renê teria ameaçado “atirar na cara” da motorista do caminhão de lixo, segundo testemunhas relataram à Polícia Civil. Laudemir e outros garis saíram em defesa da colega de trabalho, quando o motorista pegou a arma e atingiu a vítima na região torácica. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu.

Ele fugiu do local do crime e foi preso enquanto treinava em uma academia de alto padrão. A prisão ocorreu horas depois do crime, no bairro Estoril, área nobre da capital mineira.

Pistola calibre .380 pertence à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de Renê. Exames periciais confirmaram que essa foi a arma usada para matar Laudemir.

Arma era de uso pessoal de Ana Paula, que afirmou não ter envolvimento no crime cometido pelo marido. A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais instaurou procedimento disciplinar para apurar a conduta da servidora. A corporação quer determinar se ela deixava a arma em um local de fácil acesso ao marido. Até o momento, ela não é suspeita de nenhum crime e segue com suas funções como delegada. A defesa da delegada não foi achada para pedido de posicionamento. O espaço também segue aberto para manifestação.

Delegado diz que Renê seguiu com rotina após o crime para evitar formar provas contra ele e ocultar que havia assassinado Laudemir. Evandro Radaelli, responsável pelo caso, comentou as imagens de câmeras de segurança que mostraram o empresário no trabalho e em casa após o crime.

Radaelli afirmou que Renê será indiciado por homicídio qualificado com duas agravantes: motivo fútil e uso de recursos que impediram a defesa da vítima.

*Com informações de Uol