O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu - Foto: Kobi Gideon, GPO

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em entrevista a um canal americano que pretende tomar o controle total da Faixa de Gaza.

Após tomar o controle do enclave, plano de Netanyahu é “entregar Gaza às forças árabes”. O premiê concedeu entrevista ao canal norte-americano Fox News, que foi divulgada hoje, enquanto conselheiros de Israel se reúnem para decidir os próximos passos militares, exatamente 22 meses após o início da guerra.

“Não queremos governá-la”, completou. Os planos de dominação total de Gaza haviam surgido em conversas de bastidores e criaram discordâncias entre o governo e o Exército, que temem que o Hamas execute reféns que ainda estão vivos. ”Nós não queremos estar lá como um corpo de governo”, concluiu.

Medida de Israel iria contra a pressão internacional por um cessar-fogo. Os apelos internacionais foram reforçados por países como Inglaterra e França, que afirmaram que vão reconhecer o Estado Palestino se Israel não aceitar um acordo de trégua definitiva até setembro.

Netanyahu disse a conselheiros que quer “derrotar totalmente” o Hamas com a conquista de Gaza. Imprensa israelense estima que a operação duraria de quatro a cinco meses. ”Nós queremos libertar nós mesmos e o povo de Gaza do horrível terror do Hamas”, declarou.

Para conquista total do território, seria preciso ocupar áreas densamente povoadas e onde provavelmente estão alguns dos reféns. Como em operações anteriores, Israel pretende deslocar a população para o Sul, incentivando as pessoas a deixarem a Faixa de Gaza.

‘Sentença de morte’: famílias temem ocupação do enclave

Cerca de 20 parentes de reféns israelenses seguiram em três barcos em direção à costa da Faixa de Gaza. Movimentação de hoje busca “aproximar-se o máximo possível” dos familiares sequestrados pelo Hamas, segundo um jornalista da AFP que está a bordo de uma das embarcações.

“Mayday! Mayday! Mayday! Precisamos de toda a ajuda internacional para resgatar os reféns” afirmou Yehuda Cohen, pai de um dos reféns.

Cerca de 50 ainda estão sob poder do Hamas em Gaza. Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, 49 ainda estão em cativeiro. Ao menos 27 delas foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

*Com informações de Uol