Ciro Nogueira diz que impeachment de Moraes é pauta impossível: “Não temos os votos”

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas, afirmou que o Senado não tem votos suficientes para pautar um eventual processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Por que é uma pauta impossível. Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso”, declarou ao Metrópoles.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ciro tem evitado embarcar em iniciativas da ala mais radical da oposição. Ele reconhece o desgaste de Moraes entre bolsonaristas, mas evita confrontos diretos com o ministro, relator das principais investigações envolvendo o ex-presidente, como os inquéritos do 8 de janeiro e das milícias digitais.

“Nós não temos no atual Senado 54 senadores [apoiando o impeachment]. E eu conheço o presidente Davi Alcolumbre. Você pode chegar com 80 assinaturas, que ele não abre. É um poder do presidente do Senado. Então essa pauta, eu não vou perder tempo com ela”, completou.

Nas redes sociais, parlamentares da oposição afirmam estar perto de reunir as assinaturas para pressionar a abertura do processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, esse número é apenas simbólico: o pedido só avança se o presidente do Senado decidir pautá-lo — algo que Davi Alcolumbre (União-AP), aliado do governo e de Moraes, dificilmente fará. Além disso, para que um ministro do STF perca o cargo, são necessários dois terços dos votos dos senadores: 54 dos 81.

A declaração de Ciro ocorre em meio ao avanço do chamado “pacote de paz”, articulado nos bastidores entre setores do Congresso e do Supremo. A proposta inclui medidas como a anistia a investigados pelos atos de 8 de janeiro e um suposto recuo do STF em temas sensíveis ao Legislativo, como a descriminalização do porte de drogas e o marco temporal das terras indígenas.

*Com informações de Terra