A Secretaria Extraordinária da COP30 afirmou em nota à imprensa nesta sexta-feira, 1º, que o governo brasileiro e o governo do Pará firmaram um compromisso para oferecer hospedagem “inclusiva e acessível” para as delegações que participarão da convenção entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).
“O plano de acomodação está sendo implementado em fases, com prioridade, nesta etapa, para as delegações que participarão diretamente das negociações oficiais da COP30. Atualmente, estão disponíveis 2.500 quartos individuais com tarifas fixadas entre US$ 100 (R$ 554) e US$ 600 (R$ 3.327)”, informou.
De acordo com a organização da conferência, a política de hospedagem foi estruturada da seguinte forma:
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15 quartos individuais por delegação foram reservados para 73 países classificados pelas Nações Unidas como Países Menos Desenvolvidos (LDCs) e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEIDs), com tarifas entre US$ 100 (R$ 554) e US$ 200 (R$ 1109);
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10 quartos individuais por delegação, com tarifas entre US$ 220 (R$ 1.220) e US$ 600 (R$ 3.327), foram disponibilizados para os demais países.
A declaração foi dada um dia após o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, ter confirmado que alguns países pediram uma reunião de emergência com Organização das Nações Unidas (ONU) para falar sobre os preços abusivos de hotéis em Belém (PA).
“Na maioria das cidades onde as COPs aconteceram, os hotéis passaram a pedir o dobro ou o triplo do valor. No caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais. Então, há uma sensação de revolta dos países por essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento”, disse durante um encontro da Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
De acordo com Corrêa do Lago, alguns países em desenvolvimento informaram durante a reunião promovida pela ONU que não poderão comparecer à COP30 caso a questão dos valores da hospedagem não seja revista.
“De fato, os preços de Belém estão completamente abusivos. São mais de 10 vezes mais caros, 15 vezes o valor que os hotéis normalmente cobram em Belém. E há um esforço muito grande do governo para conseguir convencer os hotéis para baixar o preço, porque a legislação brasileira não pode impor isso aos hotéis. Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que estão provocando”, declarou.
Países pediram reunião de emergência com a ONU
O bureau do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou na terça-feira, 29, uma reunião de emergência devido à preocupação dos preços elevados das acomodações em Belém (PA).
De acordo com a Reuters, os países em desenvolvimento alertaram que não podem arcar com os preços das acomodações em Belém, que dispararam em meio à escassez de quartos.
