
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou hoje taxar a Rússia em 100% se a guerra com a Ucrânia continuar.
Trump disse que acordo de paz com Ucrânia precisa acontecer em 50 dias. Declarações foram feitas no Salão Oval da Casa Branca, durante uma reunião transmitida ao vivo com Mark Rutte, secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Presidente declarou estar “muito, muito infeliz” com a Rússia e “decepcionado” com o presidente Vladimir Putin. “Vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias”, ameaçou. O chefe da Otan permanecerá em Washington até terça-feira e também se reunirá com o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, e o secretário de Estado, Marco Rubio.
Donald Trump afirmou que possíveis tarifas contra Rússia são secundárias e que serão de 100%. Ele voltou a repetir que a invasão da Ucrânia pela Rússia não teria acontecido se ele fosse presidente em 2022.
Trump também falou que os ucranianos “continuam a lutar com tremenda coragem”, mas estão perdendo equipamentos. Por isso, prometeu que bilhões de dólares em equipamentos militares serão enviado para a Ucrânia em um acordo comercial fechado entre os dois países. “Fizemos um acordo hoje em que enviaremos armas e eles [Ucrânia] pagarão por elas”, disse.
“Senti que tínhamos um acordo umas quatro vezes”, disse Trump sobre um acordo com Putin. “Mas continuou acontecendo sem parar”, acrescentou.
“Temos um oceano nos separando (…) Esta não é a guerra de Trump. Estamos aqui para acabar com ela e pará-la.” afirmou Donald Trump
Fim da guerra é promessa de campanha de Trump
Republicano iniciou o segundo mandato com a promessa de acabar rapidamente com o conflito na Ucrânia. Mas nas últimas semanas expressou sua crescente frustração com o presidente russo, Vladimir Putin, e no domingo já havia insinuado que estaria disposto a endurecer as sanções contra a Rússia.

“Putin realmente surpreendeu muita gente. Ele fala bonito e depois bombardeia todo mundo à noite”, disse o americano.
Presidente dos EUA anunciou no ontem que os Estados Unidos enviarão sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia. Declaração surgiu como reviravolta, já que ele afirmou há apenas duas semanas que Washington suspenderia o fornecimento de armas a Kiev.
Patriot é considerado um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do arsenal dos EUA e está em serviço desde a década de 1980. O sistema pode interceptar aeronaves, mísseis balísticos táticos e mísseis de cruzeiro, dependendo do interceptador utilizado. O custo dos interceptadores Patriot é estimado em cerca de US$ 4 milhões por míssil (cerca de R$ 22,2 milhões).
“Enviaremos os Patriot, que eles precisam desesperadamente”, anunciou Trump, sem especificar quantas unidades serão enviadas à Ucrânia, que enfrenta a intensificação da ofensiva russa iniciada em 2022.
Trump afirmou que os Estados Unidos não pagarão pelos envios. “Será um negócio para nós”, disse.
Congresso prepara lei para permitir taxações contra Rússia
Senadores americanos preparam uma lei bipartidária que permitiria a Trump aplicar sanções “contundentes” contra a Rússia. A lei permitiria ao presidente “ir atrás da economia de Putin e de todos os países que sustentam a máquina de guerra de Putin”, declarou o senador republicano Lindsey Graham ao canal CBS.
“O pacote legislativo que estamos analisando daria ao presidente Trump a capacidade de impor tarifas de 500% a qualquer país que ajude a Rússia”, explicou Graham, observando que poderiam ser incluídos países que compram produtos russos, como China, Índia e Brasil.
“Este é verdadeiramente um martelo disponível para o presidente Trump acabar com a guerra.” afirmou Lindsey Graham.
Presidente da Ucrânia apoia projeto de lei para aplicar sanções contra Rússia. Volodimir Zelenskydeclarou que o projeto legislativo “é exatamente o tipo de apoio que pode aproximar a paz e fazer com que a diplomacia não seja vazia”. A ofensiva russa contra a Ucrânia se tornou mais intensa nas últimas semanas, coincidindo com o impasse das negociações promovidas pelos Estados Unidos para conter os combates.
