Juliana Marins, ao lado da mãe e do pai, Manoel Marins - Foto: Reprodução / Instagram

A família de Juliana Marins decidiu enterrar o corpo dela em vez de cremá-lo.

Segundo o pai de Juliana, Manoel Marins, a Justiça não teria autorizado a cremação já que a morte dela não foi natural e ainda está sob investigação.

“Nós tínhamos solicitado ao juiz, através da Defensoria Pública, que ela pudesse ser cremada. Mas o juiz tinha dito não, porque é uma morte suspeita, talvez. Não sei se o termo é esse. Então ela teria que ser enterrada, caso precisasse fazer uma exumação futura”, afirmou Manoel Marins.

No entanto, ao acordar na manhã desta sexta, a família foi surpreendida com a notícia de que a Defensoria tinha conseguido a autorização para que a jovem fosse cremada. “Mas aí nós já tínhamos decidido mesmo pelo sepultamento”, esclareceu.

O sepultamento acontecerá nesta sexta-feira, 4, no cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ).

Novo exame

O corpo da publicitária foi liberado à família na última quarta-feira, 2, após passar por uma nova necropsia, desta vez, no Brasil. O laudo ficará pronto em até sete dias, portanto, a família só está com o resultado da autópsia feita na Indonésia.

“Tem o resultado de exames laboratoriais [daqui do Brasil] que demoram um pouco. Lá mesmo na Indonésia, a necrópsia deles ainda precisa de 12 dias para os exames toxicológicos ficarem prontos. O que eles fizeram foi uma necrópsia preliminar, um laudo definitivo, só 12 dias depois, o que eles fizeram deve sair semana que vem. A embaixada está monitorando isso lá para a gente”, explicou Manoel.

‘Menina doce’

De óculos escuros e semblante sereno, o pai da niteroiense falou com a imprensa sobre a relação entre eles. Descreveu a filha como uma ‘menina doce’ e afirmou que, mesmo em momentos de divergência, eles logo se entendiam. Manoel também contou que o amor por aventuras é uma coisa de família e falou sobre a saudade de viver sem a presença dela.

“Uma semana antes da Juliana morrer, eu e a mãe dela, Estela, minha esposa, estávamos na Chapada Diamantina, porque a nossa família gosta de turismo e aventura. A Juliana não foi para lá [Indonésia], porque de repente, resolveu que gosta de turismo e aventura, não, nós gostamos”, esclareceu.

Juliana Marins, brasileira morta em vulcão na Indonésia – Foto: Reprodução / Instagram

“Hoje eu estava vindo pra cá, junto com a minha esposa, e falei pra ela: ‘olha, eu já estou com muita saudade da Juliana’. Ainda perguntei a ela, será que algum dia essa saudade vai diminuir. Não sei, mas ela não está presente fisicamente, mas certamente espiritualmente ela está presente, principalmente no coração da gente”, continua.

Negligência e estupidez

Juliana fazia um mochilão pela Ásia quando caiu na trilha de um vulcão no Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. A niteroiense foi encontrada morta após quatro dias de buscas. O pai da publicitária apontou que houve negligência por parte do guia e classificou o acidente o caso como ‘estupidez’.

“O que aconteceu com ela foi uma estupidez tremenda, uma negligência tremenda. O caminho onde ela caiu, é um caminho que começa mais largo, com cerca de dois metros, e ele vai afunilando. Ela provavelmente caiu naquela parte que afunila por conta da negligência do guia, que foi fumar, se afastou dela pra fumar”, declarou.

Manoel acredita que um guarda-corpo naquele espaço ou cordas dos dois lados poderiam evitar mais quedas durante a trilha.

“Não tem isso lá. Uma coisa tão básica, barata, porque não é colocar isso na trilha toda, é naquela parte, nos últimos 200 metros, que é a parte mais difícil. Como é que nunca pensaram nisso, diante de tantos acidentes, diante de tantas mortes? Precisava morrer Juliana, precisava o pai da Juliana ir lá, precisava o pai da Juliana falar isso para eles? Não precisava de nada disso, se já tivessem feito isso”, desabafou.

*Com informações de Terra