O projeto do que promete ser o edifício residencial mais alto do mundo será lançado em 10 de maio na cidade catarinense de Balneário Camboriú, famosa por seus arranha-céus e por abrigar o metro quadrado mais caro do país.
Chamado de Senna Tower, o empreendimento deverá ter 509 metros de altura, o que vai superar os 294 metros do Yachthouse by Pininfarina, também em Balneário Camboriú, atualmente o residencial mais alto do Brasil, e os 435 metros da Steinway Tower, em Nova York, atualmente o residencial mais alto do mundo, segundo ranking internacional do Skyscraper Center.
O edifício é um projeto do grupo FG —com investimento previsto de R$ 3 bilhões— e está sendo tocado em parceria com a rede de lojas Havan, do empresário catarinense Luciano Hang. O grupo FG é controlado por Francisco Graciola e Jean Graciola, pai e filho, tradicionais empresários da construção civil de Santa Catarina.
No Senna Tower, os apartamentos poderão custar até R$ 200 milhões, segundo a FG. O prédio terá 228 apartamentos, incluindo 18 mansões suspensas de 420 a 563 metros quadrados, 204 apartamentos de até 400 metros quadrados, quatro coberturas duplex de 600 metros quadrados e duas coberturas triplex de 903 metros quadrados.
“Eu vejo que isso [verticalização] é um processo irrefreável no Brasil, [mas] é um processo atrasado se comparado com grandes cidades de referência, como Nova York, Singapura, Londres e outros grandes centros urbanos”, disse Stéphane Domeneghini, diretora-executiva da consultoria especializada em prédios altos do Grupo FG, Talls Solutions, e engenheira responsável técnica pelo projeto do Senna Tower.
De acordo com dados do Skyscraper Center, dos dez maiores arranha-céus do Brasil, oito estão em Balneário Camboriú. Na lista que reúne os maiores edifícios do mundo, dos cem maiores brasileiros, 62 foram erguidos na última década, a maioria para uso residencial.
“O processo é recente, principalmente, porque os meios legais são recentes no Brasil”, afirmou Domeneghini, citando o Estatuto da Cidade, criado em 2001, que estabeleceu diretrizes para a política urbana nacional, incluindo os Planos Diretores.
Segundo a especialista, o estatuto deu “liberdade” às cidades para atraírem investimentos a partir da ampliação do potencial construtivo —relação entre a área do terreno e a área que pode ser construída— em função do pagamento de outorgas, e Balneário foi um dos expoentes desse movimento, impulsionado por sua limitação espacial e alta demanda populacional.
Corrida aos Céus
Mas a busca por alturas maiores não está restrita a Balneário Camboriú. Em São Paulo, a incorporadora WTorre, responsável por projetos como o estádio Allianz Parque e o shopping JK Iguatemi, está construindo o que promete ser o maior edifício corporativo do estado, com 219 metros de altura, em parceria com o Carrefour Property, unidade de gestão e desenvolvimento imobiliário do Grupo Carrefour Brasil.
O prédio está sendo erguido no complexo Paseo Alto das Nações, nos arredores da Marginal Pinheiros, zona sul paulista, e tem previsão de lançamento no primeiro semestre de 2026. O empreendimento será maior que o edifício Platina 220, atualmente o maior arranha-céu de São Paulo, de 172 metros de altura, inaugurado em 2022 na região do Tatuapé, na zona leste.
Para Marco Siqueira, presidente-executivo da WTorre, fatores logísticos foram uma das razões para a magnitude do edifício, mas também o seu “diferencial” para o endereço.
“A gente sabe que construir torres altas, que oferecem vistas diferentes….são também um atrativo”, disse Siqueira. “Perto dali, nenhum tem esse diferencial de ser o mais alto”, acrescentou.
