A população urbana que mora em ruas com sinalização para transporte de bicicletas não chega a 1,9% do total, indica uma publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (17).
Em números absolutos, são 3,3 milhões de moradores em todo o país que contam com ciclovias, ciclorrotas ou ciclofaixas nas vias de seus domicílios, seja na frente da residência ou do outro lado da rua.
Os dados fazem parte do conjunto de características urbanísticas do entorno dos domicílios do Censo Demográfico de 2022. O levantamento mostra também que essas estruturas não foram registradas em 3.012 municípios do país, mais da metade dos 5.570. Todos os cálculos de proporção levam em conta a população residente em áreas urbanizadas.
As cinco concentrações urbanas com a maior proporção de moradores em vias com tipo de sinalização para bicicletas foram todas registradas em Santa Catarina: Joinville (11,2%), Jaraguá do Sul (9,8%), Itajaí-Balneário Camboriú (7,2%), Florianópolis (7,1%) e Blumenau (6,8%). Segundo o IBGE, as concentrações urbanas são municípios isolados ou arranjos populacionais que tenham mais de 100 mil habitantes. A concentração urbana de São Paulo, com 20,2 milhões de habitantes, tem proporção de 2,67%.
Comparando entre municípios com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) lidera na proporção de pessoas com sinalização em suas ruas, com 14% de seus 138.653 residentes. São Paulo chega a 3,7% de seus moradores, ou 422.492 deles, em vias com essa estrutura. Já no total de municípios, a pequena cidade catarinense de Abdon Batista, com 1.171 residentes, tem um terço deles morando em ruas sinalizadas.
Entre as unidades da federação, Santa Catarina tem a maior proporção de moradores atendidos (5,2%) por essas estruturas. Na sequência estão Distrito Federal (4,1%) e Ceará (3,2%). As menores proporções estão no Maranhão e no Amazonas, ambos com 0,5%, e no Tocantins (0,6%).
“A bicicleta sempre foi um modal muito importante na mobilidade brasileira, sobretudo nas cidades médias e pequenas, e continua sendo até hoje. Houve uma redescoberta da bicicleta nas áreas centrais das grandes metrópoles nos últimos 20 anos, por conta inclusive de um movimento internacional “, disse o professor Valter Caldana, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie. “O que falta é reconhecê-la como modal [de transporte], e com isso fazer investimento sobretudo na segurança.”
O estudo não encontrou, diz o IBGE, um padrão de concentração dessas estruturas entre as grandes regiões. A concentração tende a ser mais alta nas metrópoles (2,8% de moradores nessas áreas) e mais baixas nos centros locais (0,5%), menor nível de hierarquia urbana considerado pelo instituto.
O levantamento considera ciclofaixas, inclusive as temporárias de lazer, as ciclovias e as ciclorrotas —caracterizadas por sinalização vertical ou horizontal na pista de rolamento ou em calçadas.
No recorte por cor ou raça, a população autodeclarada amarela tem a maior proporção de moradores em vias sinalizadas (4,2%), seguida pelo segmento que se declarou branco (2,5%). Já as populações preta e indígena chegam, respectivamente, a 1,4% e 1,1% de moradores em vias com esse equipamento.
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