Imortal da ABL, Aílton Krenak diz que COP30 foi 'sabotada por governos' e cita Trump: 'A começar por aquele topetudo' - Foto: Divulgação / ABL

Pouco após ser empossado presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro, Donald Trump assinou mais de 80 decretos e ordens executivas — dentre elas, a retirada dos EUA do Acordo de Paris, o que incomodou pesquisadores e ambientalistas ao redor do mundo.

Aílton Krenak, filósofo, escritor e Imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), criticou a decisão de Trump às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, Krenak destacou que a conferência foi ‘sabotada por grandes governos’ e citou Donald Trump: “A começar por aquele sujeito topetudo que já disse que os Estados Unidos não vão aderir a nenhum protocolo e está detonando o meio ambiente global”.

Krenak ressalta que o Brasil, ‘a despeito de ser um grande país na América Latina’, não pode fazer sozinho o trabalho de proteção da Amazônia: “Proteger a Floresta Amazônica é uma tarefa global. Por mais importante que aquele bioma seja, ele está sendo comido por baixo pelo garimpo, pela mineração e pela ameaça recente de retomar o crescimento econômico com a possível perfuraçã de poços de petróleo”.

“Seria um tiro no pé esse paraíso ambiental do planeta inventar de concorrer com o Oriente Médio e furar o chão para tirar petróleo. Deixa esse negócio para os sheiks”, afirmou o ambientalista, que considerou que o Brasil é ‘pressionado pela economia global’ a continuar dependendo dos combustíveis fósseis.

“É uma fonte de energia que hoje tá ‘bombando’ no planeta, literalmente. De tanto bombar, vai acabar sumindo com nós todos. A ideia da transição energética, que é um dos princípios que convoca essa conferência do clima, é sobre como a gente vai transitar do fóssil para fontes de energia, não só renováveis, do ponto de vista econômico, mas também que emitam menos carbono, mais limpas”, disse.

Krenak destacou que tem a expectativa de que, na COP30, movimentos sociais e organizações da sociedade civil de várias partes do mundo pressionem os respectivos governos para a ratificação dos compromissos ambientais firmados durante a conferência.

“O Brasil tem que decidir se quer extrair petróleo e arrancar ouro a qualquer custo da Bacia Amazônica ou se quer conservar a biodiversidade da floresta e pôr o país num patamar vantajoso para negociar com negacionistas do clima”, afirmou o ambientalista.

*Com informações de Terra