Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid afirmou em delação premiada à Polícia Federal que entregou ao ex-presidente US$ 86 mil decorrentes da venda de joias recebidas como presentes enquanto chefe de Estado.
O montante corresponde a US$ 68 mil obtidos com a venda dos relógios Rolex e Patex Philippe a uma loja na Filadélfia e mais US$ 18 mil da venda de demais joias em um centro especializado de Miami, ambas cidades nos Estados Unidos. O valor foi fracionado e entregue em espécie a Bolsonaro em diferentes ocasiões, para evitar que “circulasse no sistema bancário”, segundo Cid.
A declaração consta em um depoimento tornado público nesta quarta-feira, 19, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubar o sigilo das delações de Cid. A decisão é decorrência da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe e outros crimes. No mesmo despacho, Moraes notificou os denunciados. Caso o STF aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.
Em julho passado, a PF indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas no caso das joias sauditas, revelado em março de 2023. A corporação imputa ao ex-chefe do Executivo supostos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
No depoimento, Cid conta que Bolsonaro recebeu um kit de joias em ouro branco e o Rolex numa viagem oficial feita à Arábia Saudita em 2019. No fim de 2021, em suas palavras, o então presidente pediu que o ajudante de ordens pesquisasse o preço do relógio Patek Philippe, outro presente recebido no Oriente Médio. O interesse nos valores seria para sanar contas provenientes de multas e processos judiciais.
“No começo de 2022, o presidente JAIR BOLSONARO estava reclamando dos pagamentos de condenação judicial em litigio com a Deputada Federal MARIA DO ROSARIO e gastos com mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas; QUE diante disso, o ex-Presidente solicitou ao COLABORADOR quais presentes de alto valor que havia recebido em razão do cargo”, diz um trecho da transcrição do depoimento.
Cid então diz ter recebido a “determinação” de levar o relógio e os demais objetos do kit para venda. Ele descreve ter tido ajuda do seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, na missão de encontrar lojas especializadas que pudessem comprar os presentes.
O general entregou US$ 30 mil em espécie a Bolsonaro em setembro de 2022 na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York; US$ 10 mil no fim daquele ano em Brasília, por ocasião de um evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex); US$ 20 mil em fevereiro de 2023 durante visita do ex-presidente à residência de Lourena Cid em Miami; e o restante no mês seguinte por meio do assessor Osmar Crivelatti.
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