As expectativas para a inflação de alimentos em 2025 indicam um cenário menos alarmante do que o observado no ano anterior. No entanto, certos produtos básicos, como café, carnes e alimentos in natura, devem continuar pressionando o orçamento das famílias, especialmente nos primeiros meses do ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de os consumidores estarem atentos a aumentos excessivos de preços, especialmente após o reajuste do salário mínimo.
O café desponta como o principal responsável pela alta nos preços dos alimentos. A combinação de uma safra menor e o impacto residual de aumentos anteriores na indústria são fatores que contribuem para essa tendência. O Brasil, como maior produtor mundial de café, ainda sente os efeitos da estiagem que afetou a produção, resultando em preços mais elevados para o consumidor.
Café será o principal ‘vilão’ da inflação
Analistas preveem que o café será o produto que mais influenciará a inflação de alimentos em 2025. Gabriel Pestana, da Genial Investimentos, estima aumentos significativos nos primeiros meses do ano, com taxas de 7,60% em janeiro, 5,21% em fevereiro e 5,46% em março. Esses aumentos são atribuídos a uma safra menor e à recuperação lenta do solo após a seca.
Leonardo Costa, economista da ASA, projeta uma alta de 25% no preço do café ao longo do ano. Ele explica que o ciclo bianual do café arábica, que alterna entre safras maiores e menores, é um fator determinante para essa variação. A expectativa é que o impacto seja mais acentuado no primeiro e segundo trimestres de 2025.
Carnes também terão influência
As carnes, especialmente a bovina, também são apontadas como influentes na inflação de alimentos. O aumento dos preços da carne no ano passado, impulsionado pela alta da arroba do boi, ainda não foi totalmente revertido. Costa prevê um aumento de 14% nos preços das carnes em 2025, enquanto Pestana estima um aumento médio de 10% em 2025.
A redução temporária nos preços da carne pode ocorrer em fevereiro, devido à dificuldade dos frigoríficos em escoar a produção no mercado interno. No entanto, essa queda é vista como um ajuste de mercado, sem alterar a tendência de preços elevados a longo prazo.
Alimentos in natura na inflação
Os alimentos in natura, como hortaliças, frutas e legumes, devem apresentar variações significativas nos preços ao longo do ano. Costa estima um aumento de cerca de 10,5% para este grupo em 2025. A volatilidade é uma característica desse segmento, com flutuações mensais acentuadas.
O aumento dos custos de produção, impulsionado pela desvalorização do real e pelo encarecimento de insumos agrícolas, é um dos principais fatores para a alta nos preços dos alimentos in natura. A cenoura, por exemplo, já mostra tendência de alta no início do ano, podendo acumular um aumento de 60%.
Outros alimentos
Os preços de frangos e ovos apresentam previsões divergentes entre os analistas. Enquanto alguns esperam deflação nos ovos, outros preveem aumentos. A variação nos preços das carnes, que são substitutos diretos da proteína bovina, tende a influenciar o comportamento desses produtos.
Produtos como arroz, óleo de soja e feijão também geram incertezas. A relação desses itens com o câmbio e as expectativas de inflação pode levar a ajustes de preços antecipados pelos vendedores. Os economistas aguardam sinais mais claros das próximas safras para definir projeções mais precisas.
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