Em entrevista coletiva, o presidente americano, Donald Trump, declarou que os EUA vão ser os donos do território de Gaza (Imagem: Reprodução / TV)
Donald Trump retirou os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU – uma instituição que monitora violações em várias partes do mundo. O presidente americano se reuniu nesta terça-feira (4), com o primeiro-ministro de Israel na Casa Branca e também suspendeu a verba para uma agência das Nações Unidas dedicada aos palestinos.
Benjamin Netanyahu é o primeiro líder estrangeiro que Donald Trump recebeu desde que voltou à presidência. A visita deixou clara a prioridade mais imediata da política externa do novo governo americano: o cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas em Gaza. A trégua começou em 19 de janeiro. Trump e Netanyahu discutiram os termos da segunda fase do acordo.
Mais cedo, o Hamas declarou que mediadores voltaram à mesa de negociações. Representantes do governo americano confirmaram. A previsão é de que a primeira fase do acordo dure seis semanas, até o início de março. Até agora, o Hamas libertou 18 reféns – idosos, mulheres e crianças. Em troca, Israel soltou quase 600 prisioneiros palestinos e retirou tropas das áreas povoadas de Gaza.
A fase dois, que começou a ser negociada agora, prevê a libertação dos reféns restantes, que são homens e militares. Também determina a retirada total das tropas israelenses e o fim permanente dos confrontos.
Antes do encontro com Netanyahu, Trump assinou um decreto que mantém a suspensão de financiamento para a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos – é a instituição que oferece a maior parte da ajuda humanitária aos refugiados em Gaza, na Cisjordânia e outros países do Oriente Médio.
O repasse de recursos já estava suspenso. Em janeiro de 2024, o governo Joe Biden congelou a verba para a agência por causa da suspeita de envolvimento dos funcionários nos ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro de 2023. Uma investigação da própria ONU levou à demissão de nove pessoas suspeitas de participação nos atentados.
Nesta terça-feira (4), no Salão Oval, Trump chamou a Faixa de Gaza de uma zona de demolição e voltou a defender que os palestinos que vivem na região sejam realocados para o Egito e a Jordânia: “Eles não têm alternativa. É muito perigoso. Há bombas e tiros por todo lado”.
O Egito e a Jordânia negaram que receberão os palestinos. O enviado especial dos Estados Unidos para Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou que o território tem 30 mil munições não detonadas, prédios que podem cair a qualquer momento, e que não há água ou eletricidade. Para ele, a população precisa ir para outro lugar até que Gaza seja reconstruída – o que segundo Witkoff, deve demorar 15 anos. O enviado especial disse que vai se encontrar na quinta-feira (6) com o primeiro-ministro do Catar, país que tem ajudado na mediação entre Israel e o Hamas.
O decreto que Trump assinou ontem (4) também determina a saída dos Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O presidente já tinha feito isso no primeiro mandato. O conselho foi criado em 2006 e monitora o respeito aos direitos humanos nos países-membros. Os Estados Unidos iam passar por uma avaliação em 2025.
Controle de Gaza
Na noite desta terça-feira, Trump voltou a falar sobre a retirada de palestinos da Faixa de Gaza. O presidente declarou que eles deveriam ser realocados permanentemente em outros países e não deveriam voltar ao território palestino.
Trump não explicou como isso se daria exatamente, mas disse que os Estados Unidos vão ajudar a retirar explosivos e destroços de Gaza para promover o desenvolvimento econômico da região.
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