“Lembre-se: você também é feio… E ninguém te dá uma paulada. Cruzar com você não precisa ser uma infelicidade para esse animalzinho, não machuque os gambás.”
É com esse alerta, pelas redes sociais, que uma universidade do interior do Rio de Janeiro tenta minimizar os ataques aos gambás desde setembro de 2022.
“A postagem foi criada no intuito de diminuir o número de gambás órfãos entregue no hospital veterinário da Universidade de Vassouras, na qual eu trabalho”, destaca o médico veterinário Alvaro Alberto Moura Sá dos Passos, também professor da instituição.
“Nós temos uma demanda enorme nessa época de reprodução e precisamos alertar a população sobre não realizar ações negativas com esses animais”, acrescenta Alvaro.
Gambás têm importância biológica
Os gambás são mamíferos onívoros, que têm uma importância biológica na ingestão de carrapatos, escorpiões e aranhas —o que ajuda no controle de pragas.
“E eles são excelentes disseminadores de sementes. Comem as frutas e disseminam essa semente pela natureza, fazendo com que outras árvores nasçam”, complementa o guarda ambiental Daniel Sales, de Cabo Frio (RJ).
A reprodução desses animais acontece o ano inteiro, mas é intensificada entre setembro e novembro. Assim como os cangurus, os gambás são marsupiais: as fêmeas têm uma bolsa no ventre para manutenção dos filhotes até que sinta o momento exato de soltá-lo na natureza.
Nada de gases fedorentos
Ao contrário do que muitos pensam, o gambá brasileiro, conhecido pelos amazonenses como ‘mucura’, se diferencia um pouco do americano: ele não solta gases tão fedorentos, como é visto em filmes e desenhos. “O nosso tem uma urina forte, mas só”, pontua Sales.
Ver essa foto no Instagram