Manaus é a primeira cidade do Brasil a ter uma legislação específica para incentivar as construções verdes e sustentáveis, a Lei 24/2024, de autoria do Executivo municipal, sancionada e já em vigor. A lei que cria o programa “Manaus Sustentável” foi tema da Tribuna Popular na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta quarta-feira, 7/8, com representantes do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e entidades convidadas. Ainda ontem, a legislação foi apresentada durante reunião na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).
Conforme a lei, construção sustentável é aquela nova ou existente que, dentre outras práticas responsáveis, assegure o uso racional e eficiente de água e energia, e empregue materiais com menor impacto ao meio ambiente.
A legislação apresenta benefícios desde que ocorra a comprovação, por parte dos requerentes, da adoção de medidas de sustentabilidade, via certificação de notório reconhecimento. As construções podem abranger imóveis residenciais unifamiliares e multifamiliares, comerciais, de serviços, industriais, inclusive com uso misto, não havendo restrição para qualquer tipologia construtiva.
Participando da apresentação, a líder do Programa de Green Building (GB) da International Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial, Silvia Solano, disse que aumentar a eficiência do setor da construção é muito importante para reduzir emissões de dióxido de carbono (CO2) em nível global.
“Manaus precisamente é uma cidade emblemática, é o coração da Amazônia, e está no centro das discussões climáticas e sobre o meio ambiente. A prefeitura teve a capacidade de desenvolver, impulsionada pelos setores público e privado, a lei que vai promover a construção sustentável, que será mais eficiente, que terá menos consumo de recursos de energia, de água e de materiais. E isso vai gerar um impacto positivo para Manaus e a região amazônica. Definitivamente, isso é muito relevante e esperamos ter mais construções sustentáveis graças a esta lei”, comentou Silvia.
No Brasil, segundo dados da IFC, já foram certificados 2 milhões de metros quadrados de área com o selo EDGE, incluindo 15 mil unidades habitacionais. Na América Latina, este número passa de 36 milhões de metros quadrados.
No setor da construção civil, promover edifícios sustentáveis, diante das intensas mudanças climáticas globais, tem resultado direto na emissão de gases efeito estufa (GEE), em razão dos prédios e edificações gerarem 40% destas emissões e que 70% da população mundial estará vivendo em áreas urbanas até 2050.
Durante a tribuna, o gerente-geral do Brasil da IFC, Carlos Pinto, reafirmou que a Amazônia está no palco do mundo e que todos os envolvidos nos temas estão de olhos para a floresta e o meio ambiente. “E o fato de termos a capital da Amazônia, a cidade de Manaus, a liderar, a ser a primeira a conseguir implementar, com uma lei, um programa de edifícios sustentáveis, é fantástico. Isso vai dar muita notoriedade a Manaus, vai fazer com que receba ainda mais atenção e que a população possa nos ouvir, de poder ter o benefício das construções sustentáveis”, afirmou o gerente-geral.














