Elo entre o Ministério da Cultura (MinC) e a sociedade civil organizada, o recém constituído Comitê de Cultura do Amazonas (Cecam) já plantou suas primeiras sementes no terreno fértil da cultura amazonense.
No mês de julho, o Comitê levou ao Alto Solimões acesso direto às políticas públicas do governo federal, através de rodas de conversa, visita técnica e escuta ativa nas cidades de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga.
As ações aconteceram em diferentes formatos com foco no impulsionamento da economia local. Foi realizado curso de artesanato e estamparia, além de dois dias de Feira Solidária de Cultura, uma iniciativa que movimentou os negócios na região.
Em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o CECAM realizou o Encontro de Políticas Culturais. No primeiro dia, o auditório foi tomado pelo debate cultural e sobre as possibilidades ofertadas por meio dos editais nos estados e municípios. No segundo dia, o laboratório de informática da UEA foi ocupado pelos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, onde os participantes receberam orientações práticas. A consultoria permitiu a formatação de seis projetos que futuramente poderão disputar o edital da Lei Aldir Blanc II em seus respectivos municípios.
Os cursos ministrados na sede da Associação Pérolas – Mais Amor iniciaram dia 10 e foram até 20 de julho. Nesta ação, foram capacitadas cerca de 41 pessoas que produziram e puderam comercializar seus produtos na Feira Solidária de Cultura.
Um dos cursos realizados em destaque foi o de estamparia e pintura ministrado por Geracir Pinto, que desde muito cedo se dedica ao artesanato, sempre ensinando, comercializando e aprendendo novas técnicas. A oficineira finalizou dizendo que é fundamental que mulheres, homens e principalmente os jovens, aprendam algo e, se dediquem a esta opção de trabalho que gera emprego e renda. O artesanato é cultura e cultura é vida.”
A sargenta, Alcineth Barbosa encontrou no artesanato uma forma de superar a depressão. Há exatamente seis anos atrás seu médico a aconselhou a fazer terapia ocupacional. Hoje, está certa de que o artesanato é a sua segunda profissão, capaz de gerar uma boa renda extra, além de ter propiciado o abraço acolhedor que precisava para tratar a depressão. Ela participou dos dois dias de exposição na Feira Solidária juntamente com o seu grupo familiar.
A apresentação pública do Cecam aconteceu na sede da Rede de Tabatinga. O evento teve seu início com uma roda de conversa sobre Economia Solidária e seus pilares com a representante da Unisol Brasil no Amazonas, Terezinha Barbosa. A especialista falou da importância da política da economia solidária e antecipou a notícia de que em breve haverá uma conferência sobre o tema na região.
Na composição da mesa, além do CECAM, o representante da Agremiação Folclórica Onça Preta, Roberto Machado; o historiador Luiz Ataide (Seu Lulu); o representante da Agremiação Arara Vermelha, Juliano de Paula e os parentes do Umariaçú representados pelo cantor e tradutor de etnia Tikuna Valdir Mendes.
Vídeo institucional
A exibição do vídeo institucional foi fundamental para que os trabalhadores da cultura tenham entendimento sobre a Política Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC).
Nesta noite, aconteceu a apresentação formal do Cecam com falas dos presentes entre eles a coordenadora do Cecam Tabatinga Aldenora Magalhães, que falou da importância do momento e do quanto isso enobrece o município na área de desenvolvimento cultural.
Também se fizeram presentes os demais integrantes do CECAM, como a coordenadora de Metodologia, Isabella Petry, André Guimarães e o técnico Ricardo na coordenadoria de projetos, Paulo Moura, Terezinha Barbosa e Wilson Pison, na coordenadoria de comunicação e a técnica administrativa Aline Ponchet, juntamente com a produtora Myrna da Assayag Produções, comandaram a produção e a administração do Giro Cultural no Alto Solimões.
Ao final da apresentação pública, o Comitê sorteou diversos Kits CECAM e o público foi ao delírio com a apresentação dos itens do grupo folclórico Onça Preta, um verdadeiro show à parte. O cantor indígena, Valdir Mendes Tikuna, da comunidade indígena Umariaçu, encantou os presentes com músicas na sua língua materna. Já o cantor Magarem do município de Atalaia do Norte, artista muito prestigiado no Alto Solimões, fechou a noite com muito som autoral e um maravilhoso coquetel representando a tríplice fronteira.
No dia 24de julho, o Giro Cultural fechou o Encontro de Políticas Públicas com uma roda de conversa sobre editais federais e da iniciativa privada. O assessor de projetos, André Guimarães prestou orientação e deu total apoio técnico a quem ainda estava inseguro no tema.
O coordenador geral do Cecam Marcos Rodrigues falou sobre o papel do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), na ampliação do acesso e interiorização das políticas culturais e do quanto é gratificante conhecer a região do Alto Solimões que é rica e tem uma diversidade cultural enorme. Ele agradeceu a participação e colaboração de todos, garantiu a efetivação do projeto na região, sendo a ponte entre o MinC e a sociedade civil na tríplice fronteira.
Representantes de Etnias Tikunas e kokamas presentes apreciaram as propostas e mostraram interesse em participar, assim como os demais participantes.
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