
Vive num abacaxi e mora no mar há 25 anos. Tempo suficiente para que Bob Esponja Calça Quadrada e sua música-tema entrassem no imaginário coletivo e fizessem do personagem animado um dos mais populares e queridos da televisão.
Lançado em 1999, o porífero amarelo, que usa gravata e gosta de caçar águas-vivas, mantém há um quarto de século uma das séries infantis de maior audiência da televisão americana, com 14 temporadas e 300 episódios lançados, inspirando ainda jogos, atrações de parques temáticos, musical da Broadway e até um restaurante em São Paulo .
Neste ano, ao celebrar o marco com “Bob Esponja Calça Quadrada” ainda no ar pela Nickelodeon, o personagem mostra resiliência enquanto símbolo da televisão tradicional e rejeitando as mudanças que a ascensão do streaming trouxe à programação infantil.
A série, afinal, segue a receita da vasta coleção de episódios, cada um com começo, meio e fim. Assim, não é necessário vê-los em sequência, numa fórmula que medalhões da TV infantil, como Craig McCracken, da concorrente Cartoon Network, passaram a rejeitar quando foram trabalhar em plataformas de streaming.
“A estrutura do nosso programa não mudou, e não importa o que aconteça no mundo, nós podemos dar um jeito. E o jeito é manter o personagem divertido. É nossa meta porque isso caminha junto com a popularidade”, diz Vincent Waller, um dos vários diretores, roteiristas, produtores e animadores que já passaram pela série.
Stephen Hillenburg, o animador e biólogo marinho que criou Bob Esponja, morreu em 2018, aos 57 anos, devido a complicações causadas por uma esclerose lateral amiotrófica. Waller e Marc Ceccarelli, outro produtor que herdou o personagem, tentam preservar seu legado, com uma 15ª temporada em desenvolvimento.
Mas nem com as mudanças nos hábitos de consumo o personagem em animação 2D ficou para trás. É verdade que a audiência caiu, num movimento que castiga toda a televisão por assinatura, mas a série tenta se manter atual de outras formas.
Passou a seguir, por exemplo, a cartilha de reciclagem que tomou conta do audiovisual, com dois programas derivados, “Kamp Koral” e “O Show do Patrick Estrela”, ambos de 2021. Há ainda um novo filme, “A Missão de Sandy Bochechas”, que chega justamente à Netflix, em animação 3D, no dia 2 de agosto.













