Uma nova pesquisa descobriu quais são as nanoestruturas responsáveis pelas manchas azuis da arraia-uge-manchas-azuis (Taeniura lymma), o que poderia levar ao desenvolvimento da coloração sem químicos.
O estudo é da City University de Hong Kong (CityU) e foi apresentado na Conferência Anual da Sociedade de Biologia Experimental em Praga, de 2 a 5 de julho de 2024. Também foi publicada na revista científica Advanced Optical Materials, em março deste ano.
Além disso, a mesma equipe do estudo também está investigando sobre a coloração do tubarão-azul (Prionace glauca).
A coloração da pele dos animais possui um papel importante na comunicação dos organismos, o que fornece pistas visuais, que podem alertar, atrair ou camuflá-los. Até então, o processo biológico que é responsável pela coloração da espécie de arraias era um mistério.
“Compreender a cor estrutural dos animais não se trata apenas de física óptica, mas também dos materiais envolvidos, como eles são finamente organizados no tecido e como a cor parece no ambiente do animal”, disse Mason Dean, professor associado da CityU, em nota à imprensa.
As cores são produzidas por estruturas minúsculas, que podem manipular a luz, em vez de serem um feitas por químicos.
De acordo com a pesquisa, a equipe combinou algumas técnicas para entender como funciona a arquitetura da pele em diferentes condições naturais, como a microtomografia computadorizada (micro-CT), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e microscopia eletrônica de transmissão (MET).
“Descobrimos que a cor azul é produzida por células únicas da pele, com um arranjo tridimensional estável de esferas nanométricas contendo nanocristais refletores (como pérolas suspensas em um chá de bolhas)”, diz Amar Surapaneni, um pós-doutorando do grupo. “Devido ao tamanho das nanoestruturas e ao espaçamento delas, que são múltiplos úteis do comprimento de onda da luz azul, elas tendem a refletir especificamente os comprimentos de onda azuis.”
