A liga de lutas de tapa na cara criada por Dana White, presidente do UFC, vem tendo grande crescimento nos últimos anos. Com bilhões de visualizações na web, o Power Slap conta com investimentos milionários ao mesmo tempo em que rende polêmicas.
Presidente do maior evento de artes marciais mistas do mundo, White foi inspirado a fundar a liga em 2021, ao ver vídeos de Vasil Kamotskii, um criador de porcos siberiano de 163 kg e 34 anos conhecido como Dumpling, famoso no mundo das lutas de tapa na cara.
Segundo Dana White, o resultado se traduz em 7 bilhões de visualizações em 17 meses somando YouTube, TikTok e Snapchat. Comparando com outros esportes, ainda somando os números de todas as redes sociais, o presidente do UFC destacou o engajamento da modalidade.
“O Power Slap ganhou mais de 1 milhão e meio de seguidores no Instagram só em 2024, até o momento. Número maior do que a NASCAR, a Major League Soccer, a NFL, Major League Baseball e a NHL”, disse.
Basicamente a “luta” de tapas na cara era uma competição na qual não há defesa, apenas uma troca de golpes fortes e de mão aberta até que um dos competidores vá a nocaute. Dana White passou a trabalhar estabelecendo um conjunto de regras oficiais e implementando protocolos que dão à empresa a roupagem de um esporte legítimo.
Assim, o presidente do UFC disse que o Power Slap “correu em direção à regulamentação”, passando a trabalhar com grupos como a Comissão Atlética de Nevada, responsável por licenciar oficialmente a organização para que os eventos pudessem ser realizados sob sua jurisdição, destacar a legitimidade da liga e também “garantir que o esporte seja regularizado e seguro.”
Popular e polêmico
Por mais que tenha um grande número de visualizações e entusiastas, o Power Slap também conta com muitas críticas, principalmente no que diz respeito ao risco oferecido aos participantes. Gregory O’Shanick, diretor médico da Associação de Lesões Cerebrais da América, não vê a modalidade como um esporte e se mostra preocupado com o assunto.
“Isso não é um esporte, ok? É um evento. Um esporte é uma competição de atletismo ou habilidade. [O Power Slap] é meramente uma habilidade fisiológica de suportar um traumatismo contundente na cabeça. É como ver quantas vezes alguém pode bater contra uma parede de tijolos”, disse.
Por conta dos danos da luta de tapas serem intrínsecos à ação, não podendo ser mitigados, a regulação é vista como irrelevante para os críticos.
Por outro lado, Dana White aponta que o UFC também já levantou as mesmas questões no passado.
“Não recebemos crédito suficiente por isso: nunca houve uma morte ou lesão grave em 30 anos. É um esporte de combate, mas gastamos dinheiro para garantir que seja o mais seguro possível, e o mesmo com o Power Slap”, justificou.
Também citando um investimento grande na modalidade, o presidente do Power Slap, Frank Lamicella falou sobre o assunto.
“Há duas pessoas se batendo na cabeça. Se eu fosse médico, provavelmente diria a elas: ‘Ei, talvez essa não seja a melhor ideia’. Mas se duas pessoas querem fazer isso, nós fornecemos a plataforma, e gastamos uma tonelada de dinheiro para garantir que estejam seguras”, afirmou.
Dados da plataforma Terrabrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que concentra informações de satélite sobre cobertura vegetal, desmatamento e queimadas, indicam que...