A FAB (Força Aérea Brasileira) começou a usar nesta sexta-feira (28) um avião de transporte multimissão KC-390 Millennium para combate às chamas no pantanal.
Essa é a primeira vez que a Aeronáutica faz esse tipo de operação com a aeronave.
O enorme avião fabricado pela Embaraer, com quase 34 metros de envergadura —da ponta de uma asa à outra— é operado pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT)— Esquadrão Zeus, sediado na Base Aérea de Anápolis (GO).
Segundo a fabricante, o avião é equipado com um sistema modular aerotransportável de combate a incêndios (MAFFS II, sigla em inglês para Modular Airborne Fire Fighting System), capaz de descarregar até 3.000 galões de água (aproximadamente 11,3 mil litros), com ou sem retardante de fogo, de acordo com o critério de nível de cobertura padrão do solo e em diversos tipos de terrenos.
Conforme a Embraer, o equipamento, que conta com um um grande reservatório, pode ser rapidamente instalado ou removido do compartimento de carga da aeronave a partir de seu próprio trailer.
O reservatório de solo utilizado para fazer o reabastecimento de água na aeronave tem capacidade para 22 mil litros.
Os testes de voo que certificaram o equipamento foram realizados em setembro de 2022, após decolagem na fábrica em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.
O sistema de combate a incêndio requer apenas energia elétrica da aeronave para seu funcionamento, diz a fabricante de aviões.
No ar, os fortes jatos de água é lançada por um tubo acoplado na porta traseira da aeronave.
Conforme a Força Aérea, que iniciou em julho do ano passado os treinamentos de combate a incêndios com o KC-390 Millennium, a partir da Base Aérea de Anápolis, o equipamento aumenta significativamente a eficácia das operações, realizadas em baixas altitude e velocidade e em elevadas temperaturas.
“É possível manter a aeronave pressurizada, ou seja, sem comprometer a performance do KC-390”, afirma a FAB.
O avião de transporte militar C-390 Millennium e sua configuração de reabastecimento aéreo, o KC-390, nasceu de um pedido da FAB em 2008 para substituir os velhos C-130 Hércules americanos de sua frota e teve investimento do governo em seu desenvolvimento.
O cargueiro é o principal produto da divisão de defesa da Embraer e nas suas configurações pode realizar uma ampla gama de missões de logística, transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e resgate e missões humanitárias.
Nesta semana, o governo disponibilizou aeronaves militares para ajudar no combate. Como a Folha mostrou em reportagem recente, a falta de aviões e helicópteros atrasa as operações.
Sem o deslocamento rápido proporcionado por aviões e helicópteros, as equipes precisam recorrer a viagens de barco ou de carro que levam horas e atrasam o controle do fogo, que se espalha por grandes extensões.
A falta de apoio aéreo é o principal entrave ao combate aos incêndios no pantanal, segundo brigadistas de diferentes setores que atuam no bioma.
Em 2024, por uma mistura de fatores climáticos e humanos, os incêndios se alastram pela maior planície alagável do mundo de forma inédita para esta época do ano, o que coloca sob pressão —e dúvida— o plano de combate ao fogo dos órgãos públicos, sobretudo do governo federal.
O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou de "fanfarronada" o plano de golpe de Estado revelado pela Polícia Federal na Operação...