Pesquisadores conseguiram identificar, usando o telescópio James Webb, da Nasa, um disco de gás e poeira, ao redor de uma estrela jovem de massa muito pequena, com o maior número de moléculas com carbono já visto até hoje em formações como essa.
Estrelas do tamanho do nosso Sol não são as mais comuns na Via Láctea. Outras muito menores são mais numerosas e abrigam os planetas mais rochosos da galáxia, que estão sendo estudados por cientistas que buscam locais capazes de abrigar vida.
Novas pesquisas estão fornecendo informações sobre como planetas se formam ao redor dessas pequenas estrelas, chamadas estrelas de menor massa (VLMS, na sigla em inglês), mostrando como a química nos discos de gás e poeira que envolvem os planetas em formação são muito diferentes daquela observada ao redor de estrelas como o Sol.
Um dos problemas é que esses discos de estrelas de massa muito baixa são menores e mais fracos, o que aumenta a dificuldade em estudá-los.
Mas, o telescópio James Webb conseguiu juntou dados de um disco protoplanetário ao redor de uma estrela recém-nascida —de 1 a 2 milhões de anos— e de massa muito baixa chamada ISO-Chal 147. Sua massa é cerca de 11% a do Sol, e seu diâmetro cerca de 43% dele, com uma luminosidade de cerca de 2%. Ela está localizada a aproximadamente 625 anos-luz da Terra. Um ano-luz corresponde à distância que a luz viaja em um ano: 9,5 trilhões de quilômetros.
As observações do telescópio mostraram que o gás no disco protoplanetário —ingrediente para futuros planetas— é rico em carbono, sem evidência de vapor de água, ao contrário dos discos de estrelas recém-nascidas que se parecem com o Sol, abundantes em vapor.
Foram encontrados 13 tipos diferentes de moléculas com carbono, o que compõe a mais rica química de hidrocarbonetos já vista em um disco protoplanetário.
Além disso, os pesquisadores detectaram etano (C2H6) pela primeira vez fora do sistema solar. Também foram encontrados etileno (C2H4), propino (C3H4) e o radical metil (CH3).
