Foto: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa

O Centro Cultural Palácio da Justiça (CCPJ), inaugurou ontem (18), a quarta edição da exposição ‘Memórias da Loucura: Reflexão e Arte na Luta Antimanicomial’. O evento é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e reúne cerca de 48 obras criadas por pacientes do Hospital Colônia Eduardo Ribeiro, entre 1985 e 1990.

Idealizado por Monique Marie Rothen, Rosangela Aufiero e Socorro Refkalefsky, o projeto visa trazer à tona a discussão sobre a saúde mental e a luta antimanicomial.

A exposição conta com uma programação rica e diversificada, que inclui exposições de obras e rodas de conversas. Toda programação é voltada para a discussão de temas que envolvem saúde mental e conta com a presença de profissionais da área.

Resgate

Rosangela Aufiero, que faz parte do movimento social Frente Ampliada em Defesa da Saúde Mental e Luta Antimanicomial do Amazonas, e também é psicóloga, tendo trabalhado durante 22 anos no Hospital Psiquiátrico Colônia Eduardo Ribeiro, destacou a importância de preservar estas obras.

“Nos anos 80, pacientes internos, assessorados por uma equipe de artistas, criaram essas peças que hoje são resgatadas e exibidas ao público para evitar que se percam como muitas outras já se perderam”. afirma Rosângela.

Ela narra sua experiência pessoal, ressaltando a necessidade e importância de dar visibilidade a essas obras que carregam histórias e vivências significativas.

Reflexão e Debate

A exposição não só exibe arte, mas também propõe uma profunda reflexão sobre os modelos de tratamento da saúde mental, desde a institucionalização nos manicômios até os tratamentos modernos.

“Estamos no século da saúde mental”, afirma Rosângela, destacando que antes falar sobre ansiedade e depressão era um tabu. Hoje, a exposição incentiva o público a refletir sobre os manicômios, que podem existir tanto fisicamente quanto dentro das mentes das pessoas, e procurar por saídas de suas dores e medos.

O Filme e Outras Atividades

Uma das grandes novidades desta edição é a produção de um filme sobre a exposição e que será exibido em looping durante o evento. Este filme, produzido com a colaboração da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, valida a importância das obras, além de contar com a contribuição do atual curador das obras, Turenko Beça, e o primeiro curador, Ottoni Mesquita, ambos reconhecidos artistas, que contribuem para a narrativa e valorização das obras expostas.

As atividades paralelas, que incluem rodas de conversa a cada 15 dias, aos sábados, proporcionam uma oportunidade para debates aprofundados com movimentos sociais ligados à saúde mental. Estes encontros têm como objetivo ampliar a compreensão, sensibilização e conhecimento sobre os desafios e avanços na área.

A quarta edição da exposição ‘Memórias da Loucura’ se apresenta como um espaço de arte, memória e diálogo, crucial para repensar e melhorar o cuidado e o tratamento da saúde mental em nossa sociedade. Não perca a oportunidade de agraciar este evento de grande importância e relevância para todos da sociedade.

Programação Detalhada:

18/05 – Abertura da Exposição Memórias da Loucura

01/06 – Roda de conversa: “Amazonas, do CPER aos CAPS, desafios e perspectivas” das 9h às 11h

15/06 – Apresentação do Maracatu Quebra Muros do Centro de Atenção Psicossocial CAPS III, Silvério Tundis, das 9h às 11h.

29/06 – Roda de conversa: “Promover e cuidar da saúde mental dos povos da Amazônia” das 9h às 11h

13/07 – Roda de conversa das 9h às 11h

27/07 – Roda de conversa das 9h às 11h

10/08 – Roda de conversa das 9h às 11h

Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa