As fortes chuvas no Rio Grande do Sul deixaram cidades completamente alagadas, pessoas desabrigadas, mortos e danos materiais incalculáveis. Assim como o Brasil, países por todo o mundo enfrentam um desafio assustador na era das mudanças climáticas: tempestades intensas que deixam rastros de destruição.
Para lidar com o problema, algumas cidades na China, EUA e Europa adotaram uma medida chamada parque alagável, que busca garantir a drenagem da água enquanto também garante lazer à população.
O que são os parques alagáveis?
Com o concreto e o asfalto cobrindo áreas antes destinadas à grama e ao solo, a água das chuvas mais fortes ficou sem ter para onde ir. Com muita frequência, isso resulta em enchentes, e cidades do mundo todo estão explorando maneiras de reverter esse tipo de desenvolvimento urbano — criando espaços e infraestrutura para absorver, reter e liberar a água de forma a permitir que ela flua de volta para seu ciclo.
Espaços feitos para alagar são uma alternativa aos conhecidos piscinões. Os parques alagáveis são espaços abertos urbanos projetados especialmente para serem alagados com o excesso de água das chuvas.
Considerados um tipo de sistema de drenagem urbana sustentável, eles são usados não só para gerir o escoamento da água, como também para reduzir os impactos da urbanização nos alagamentos. A ideia é usar a capacidade natural de retenção das árvores, dos arbustos e do solo e deixar a água pluvial fluir para locais onde não seja destrutiva.
Ao reter a água das chuvas, esses espaços alagam e, consequentemente, se tornam inutilizáveis para as pessoas. Porém, depois que o nível da água abaixa, a área pode voltar a ser usada normalmente como parque. Na maioria das vezes, os parques alagáveis são usados como espaços recreativos.
Os parques alagáveis costumam ser mais baixos que o restante da superfície. A água coletada nessas estruturas é filtrada pela vegetação e pelo solo, e posteriormente é devolvida ao aquífero ou até mesmo direcionada para uma cisterna, tratada e reutilizada em atividades como irrigação, por exemplo.
Estrutura combina os benefícios de um espaço público urbano com o armazenamento de água. Segundo o Departamento de Proteção Ambiental da Flórida, os parques alagáveis “tornam o dinheiro investido em instalações de armazenamento de água visível, e geram oportunidades para criar espaços de qualidade e ecológicos nos bairros”.
Exemplos pelo mundo. Desde os eventos de 2 de julho de 2011, quando Copenhague, na Dinamarca, foi atingida pelo que foi apelidado de “a chuva do milênio”, a cidade vem planejando a remodelação de espaços públicos de forma a ajudar na retenção ou redirecionamento de águas pluviais. Roterdã, na Holanda, é outra cidade europeia que já colocou em prática o conceito de parques alagáveis. Já a China conta com parques alagáveis em mais de 60 cidades.
Em Toronto, no Canadá, o parque Corktown Common é dividido em um lado úmido e um lado seco. À medida que a água cai no lado seco, ela é coletada e direcionada através de uma série de canos subterrâneos para uma cisterna para ser reutilizada em outros fins. O parque Hunter’s Point South, em Nova York, nos EUA, segue o mesmo princípio.
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