O papa Francisco lamentou nesta quinta-feira (21) que as pessoas vivem em uma época na qual existe uma obsessão em “aparecer”, principalmente “através das chamadas redes sociais”.
Em seu discurso por ocasião das festividades de Natal aos funcionários do Vaticano, na Sala Paulo VI, Francisco alertou que a sociedade está “obcecada pela aparência”, porque “todo mundo tenta se exibir”. “É a época da maquiagem, não só do rosto, mas também da alma. E isso é ruim, principalmente por meio das chamadas redes sociais”.
O argentino convidou todos os trabalhadores a contemplar o “mistério do nascimento de Jesus” e destacou as palavras “discrição e detalhes”, que eles “conhecem bem” por suas funções.
“O vosso trabalho aqui no Vaticano é realizado principalmente de forma invisível, muitas vezes fazendo coisas que podem parecer insignificantes, mas que, pelo contrário, contribuem para oferecer um serviço à Igreja e à sociedade”, afirmou.
Jorge Bergoglio pediu para todos os presentes verem “a discrição e a pequenez de Jesus na gruta”: “Olhem para a simplicidade do presépio em casa e tenham a certeza de que o bem, mesmo escondido e invisível, cresce sem fazer barulho, multiplica-se inesperadamente e espalha o perfume da alegria”, destacou.
Além disso, os convidou para contemplarem o mistério do nascimento de Jesus porque “é belo poder captar o estilo de Deus: Não é grandioso nem barulhento, mas, pelo contrário, é o estilo da discrição e da pequenez”, que “não está no centro das atenções, mas na pobreza de um estábulo”.
O líder da Igreja Católica aproveitou para desejar aos trabalhadores e suas famílias e filhos este “estilo de Deus”, tendo em vista que o que importa na família “é que não falte o bom vinho do amor, da ternura e da compreensão mútua”. “As aparências e as máscaras não contam ou, pelo menos, duram pouco”.
Segundo Francisco, “é um pouco como querer lindas taças de cristal sem se preocupar se o vinho é bom”. “O bom vinho bebe-se num copo normal. Mas na família não importam as aparências e as máscaras, na família tudo se sabe, ou pelo menos as máscaras duram pouco; o que importa é que não falta o bom vinho”.
“O amor não faz barulho. Vivamos na discrição e nos detalhes dos gestos cotidianos, na atenção que sabemos trocar. Desejo que estejam atentos, em seus lares e em suas famílias, às pequenas coisas de cada dia, aos pequenos gestos de gratidão, à consideração de cuidar”, concluiu.
Por fim, o Papa agradeceu todos os funcionários pelo seu trabalho, afirmando que espera que possam continuar “com espírito de gratidão, com serenidade e humildade”, dando testemunho cristão ali mesmo, “nas relações com os colegas”.