Ativismo político tomou conta dos blocos em SP

A menos de seis meses da eleição, blocos de Carnaval de rua que decidiram sair neste feriado em São Paulo estão empenhados na politização do evento. O coletivo Arrastão dos Blocos, que reúne quase cem grupos independentes, combinou algumas campanhas para os foliões seguidores.

Uma delas pede aos jovens que tirem o título de eleitor e também cita a possibilidade de regularização do documento até 4 de maio, último dia do prazo concedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Combinamos com os blocos, que desfilariam neste final de semana, de pedir para o seu público optar pela latinha em vez do vidro, regularizar o título de eleitor, além de combater o assédio reforçando que os corpos têm direito de existir, roupas são só roupas”, afirma Lira Alli, uma das integrantes do Arrastão.

Ela fez questão de dizer que o “movimento surgiu em 2016 contra o golpe que tirou Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República”.

A latinha no lugar de garrafas de vidro é para ajudar os catadores de lixo autônomos, que costumam receber mais pelo alumínio reciclado do que pelo vidro, que, além de ser economicamente menos rentável, pode vir a se quebrar e acabar causando acidentes.

A Prefeitura de São Paulo, responsável por realizar os serviços de limpeza nas ruas durante o Carnaval, cancelou a sua realização neste ano. De acordo com a secretária de Cultura, Aline Torres, a gestão pediu aos coletivos que informassem às subprefeituras o local e o horário planejados para os seus cortejos para que pudesse ser feita a limpeza das vias após as atividades.

Em nota à Folha na última sexta (22), a prefeitura disse que ninguém havia feito isso até o momento. As lideranças dos blocos se encarregaram de contratar catadores e empresas para a coleta de resíduos, incluindo banheiros químicos.

Com informações da Folha de S.Paulo