Novo estudo da Universidade de Tecnologia de Chalmers, Suécia, revela que está aumentando o número de enzimas microbianas com capacidade de desintegrar plástico, em correlação com os níveis locais de poluição plástica, após conduzir medições de amostras de DNA ambiental em todo o mundo.
Os resultados ilustram o impacto que a poluição plástica está tendo no meio ambiente e sugerem novas soluções para a gestão do problema.
Os problemas deste tipo de poluição global são muito generalizados após a produção de plástico ter aumentado exponencialmente nos últimos 70 anos, de cerca de dois milhões de toneladas por ano para cerca de 380 milhões. Isso deu tempo suficiente para vários micróbios presentes no ambiente reagirem a estes materiais.
Em estudos anteriores, têm sido descobertas muitas enzimas diferentes com capacidade de desintegrar plásticos.
Um recente estudo publicado na revista mBIO analisou amostras de DNA ambiental de centenas de locais em todo o mundo.
Os pesquisadores usaram modelagem por computador para procurar enzimas microbianas com potencial de desintegração de plástico, que foi então comparadas com os números oficiais de poluição de resíduos plásticos em países e oceanos.
Biólogo mostra camarão no costa de Louisiana, nos Estados Unidos – Sputnik Brasil, 1920, 05.03.2020
Em outras palavras, a quantidade e a diversidade de enzimas que decompõem o plástico estão aumentando, em resposta direta aos níveis locais deste tipo de poluição.
No total foram encontrados mais de 30.000 “homólogos” de enzimas com potencial para degradar 10 tipos diferentes de plásticos comumente usados. Homólogos são tipos de sequências de proteínas que compartilham propriedades semelhantes.
Alguns dos locais que continham níveis mais elevados eram zonas particularmente poluídas, por exemplo o mar Mediterrâneo e o oceano Pacífico Sul, aponta portal ScienceDaily.
“Atualmente, muito pouco se sabe sobre essas enzimas que desintegram o plástico, e não esperávamos encontrar um número tão elevado delas em tantos micróbios e habitats ambientais tão diferentes. Esta é uma descoberta surpreendente que realmente ilustra a escala do problema”, explica Jan Zrimec, um dos autores do estudo, pesquisador do Instituto Nacional da Eslovênia.
Os pesquisadores acreditam que seus resultados poderiam potencialmente ser usados para descobrir e adaptar enzimas para novos processos de reciclagem. No futuro, os biólogos planejam criar comunidades microbianas para decomposição de tipos particulares de polímeros.
*Com informações Sputnik Brasil