O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse na manhã desta quarta-feira (30) que nunca foi proposto indiciamento do governador Wilson Lima (PSC) à CPI da Assembleia do Amazonas. A afirmação veio após o deputado Fausto Jr. (MDB) ter dito ontem, 29, em depoimento à CPI da Pandemia, que teve o pedido negado.
“Entendo a pressão a qual estava submetido o deputado Fausto Jr. Não é fato que ele tenha proposto o indiciamento do governador Wilson Lima ou de qualquer outro governador e nós, demais membros da CPI, tenhamos derrubado em votação. Essa proposta nunca ocorreu e essa votação também não. Quero que isso fique claro, porque senão amanhã nós seremos os vilões, quando isso não ocorreu”, esclareceu o parlamentar.
Serafim ainda disse que a comissão da CPI da Saúde da Assembleia, a qual foi membro e que teve como presidente o deputado Delegado Péricles (PSL), como relator o deputado Fausto Jr. (MDB) e demais membros deputados Wilker Barreto (Podemos), Dr. Gomes (PSC), “não pode assumir ônus de uma coisa que nunca ocorreu”.
“Sou contra qualquer ataque ou agressão de um deputado para outro deputado. Não estou aqui ofendendo o deputado Fausto Jr., mas estou reafirmando que essa proposta nunca ocorreu. Entendo que ele [Fausto Jr.], ontem, sob pressão, pancadaria de todo lado, terminou fazendo aquela afirmação, mas que no último ato, respondendo a uma senadora, terminou dizendo que não tinha proposto”, disse.
Ainda segundo o líder do PSB na Casa Legislativa, após o episódio, foram divulgados nas redes sociais trechos da fala de Fausto Jr. afirmando que ele teve voto vencido, o que colocou os demais membros da CPI da Saúde em uma saia justa.
“As redes sociais são implacáveis. Pegaram apenas o trecho em que ele diz que propôs, mas foi voto vencido, e disseminaram isso na mídia. Isso é um torpedo para cima dos deputados Péricles, Wilker, Gomes e para cima de mim. Para repor os fatos, não posso ficar calado diante dessa situação. Nunca foi proposto indiciamento do governador e essa proposta nunca aconteceu”, disse.
Processos indenizatórios
Serafim Corrêa fez um alerta para os pagamentos indenizatórios, de mais de R$ 5 bilhões e que ocorrem há 10 anos no Amazonas, e disse que o TCE-AM (Tribunal de Contas do Amazonas) tem cinco anos para julgar contas, portando, de dez anos, ao menos 5 anos foram julgados, e propôs analisar se as contas, de fato, foram aprovadas e se o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) entrou com ação questionando os processos em questão.
“Tenho certeza que não foi feito absolutamente nada e não podemos fazer de conta que nada aconteceu. Temos dois órgãos de controle que não identificaram esses fatos.
Pagamentos indenizatórios foram identificados pela CPI da Saúde. Esses fatos ficaram desapercebidos durante anos. Os cinco anos para trás ninguém pode fazer nada e os cinco anos posteriores, fizeram o que? Nada também? Essa é a minha indignação”, questionou.
O deputado afirmou ainda que os números de gastos da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura do Estado) são “assustadores” há anos, maiores ainda do que as contas da Saúde, o que também precisa ser investigado.
“Minha sugestão é reunir um grupo de deputados, visitar o Tribunal de Contas e Ministério Público e pedir o número de ação e do processo. Encaminhamos o relatório da CPI para o Ministério Público e o que foi feito? Qual o procedimento? Abriu o inquérito? Porque isso caminha para um ano. E a sequência? Fizemos o nosso trabalho. A Polícia Federal usou nosso material na Operação Sangria, mas e o Ministério Público?”, concluiu.